domingo, 7 de outubro de 2012

4 anos.

Sério, quatro anos de blog.

Se tem alguém que lê isso, obrigado.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Psy x Teló.

Então que na época que o tal do Michel Teló estourou na gringolândia (e não estou falando de México, Paraguai e Argentina) a galerinha do mal toda falou: "que absurdo, olha a visão que as pessoas lá fora tem do Brasil, um país com grandes compositores como Mc Serginho, Latino, Belo Chico (o Science, por favor) e Renato Russo é conhecido lá fora por conta desse lixo musical e blablabla". Conheço muita gente que falou isso e, confesso, em certos momentos eu mesmo pensei assim.

Pois é, eis que essa semana me peguei pensando... E o Psy?

"Acima do homem que corre está o homem que voa."
O cara invadiu o mundo com uma música num idioma que absolutamente ninguém entende, com roupas e uma dança igualmente ridiculas e simplesmente fez o maior sucesso dos últimos anos (ao menos na internet).

Aqui no Brasil fez um grande sucesso, sobretudo em blogs e afins... Hoje é possível vermos em sites de consulta de letras de música que ela é a mais procurada.

http://letras.mus.br/ em 05 de outubro de 2012.
Tá certo. Em que nosso lixo é pior que o deles?

Absolutamente em nada.

Ambas as letras são idiotas e extremamente viciantes, daquelas que grudam na cabeça sem menor esforço e tirando os compatriotas, ninguém entende a letra. Essa mistura é mais que o necessário.

As duas têm, também, danças idiotas e extremamente simples. Até eu, sem talento algum, me arriscaria dançando elas algum dia. Tá, talvez não...

São músicas extremamente toscas. Toscas no sentido de simples, nada conotativo, claro.

Dois caras da perifieria do mundo (pense grande, Gafanhoto!) estouraram lá fora (Europa e EUA, principalmente) cantando músicas que até crianças de 8 anos (ok, 10) fariam.

Será que os coreanos estão rindo da gente cantando "Keopi hanjanui yeoyureul aneun pumgyeok issneun yeoja" do mesmo jeito que ríamos dos gringos cantando "Ai se eu te pego"? Claro, estou falando antes do "Oh if I catch you".

Taí, achei a diferença. O Psy não precisou mudar o idioma (apesar das versões que existem por aí) pra estourar.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Sobre o tempo.

"Tempo, tempo, mano velho, falta um tanto ainda, eu sei... Pra você correr macio".

Tempo é uma coisa muito relativa. Você pode passar 5 anos num lugar e não se sentir confortável e, por outro lado, estar em outro há poucos meses e se sentir incrivelmente bem.

A variabilidade do tempo é bem relativa.

Tem quem diga que as coisas boas duram o suficiente pra se tornarem inesquecíveis e é bem assim mesmo. Quando era criança, via aquele domingo passar voando e a semana se arrastar... No primeiro caso, a hora levava segundos e no segundo... Os segundos levavam horas. 

O minuto é, por vezes, um segundo, um mero piscar de olhos. Às vezes ele vai tão rápido que nem percebemos que passou. Noutros, parece ser uma hora. Parece que leva uma eternidade.

Essa relatividade mostra tanta coisa... Mostra que o que é bom pode também durar, tanto quanto aquela hora ruim que se arrasta.

A questão não é deixar de viver, muito pelo contrário. A melhor maneira de fazer com que o momento se prolongue, o segundo dure hora, é aproveitar ao máximo. A vida, o momento, a companhia...

Não adianta dar um passo maior que a perna. Não adianta comer migalha quando se tem vontade de quilo. Adianta suprir o que você deseja. Aceitar a fatia que lhe é destinada.

É isso. Viver intensamente cada momento, bem carpe diem mesmo.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Privatização.

Então que esta semana um amigo postou algo como se crucificando as privatizações, sob argumento de que "é tão bom que vivemos tendo problemas, principalmente na telefonia".

Ok, o serviço das telefônicas é ridículo no Brasil.

Por culpa da falta de fiscalização.

A única diferença dos serviços públicos e privados é que, no caso dos privados, continuamos tendo opções de mudança. Se a Oi é ruim, podemos tentar a Tim, depois a Claro, Vivo e aí sim, determinarmos que o serviço é ruim com todas. Caso o controle seja estatal, sem chances.

Se você analisar, até 6 ou 7 anos atrás só existia o serviço de telefonia fixa e internet banda larga da Telemar/Oi. Os preços da banda larga eram astronômicos (pagava-se, à época, cerca de R$ 100,00 mensais por velocidades ridículas de no máximo 1mb). Foi permitir a entrada de outras empresas no mercado e o valor dos serviços despencou e a qualidade subiu, apesar de ainda estar longe do ideal.

Qual seria o futuro se a telefonia estivesse inteiramente nas mãos do controle estatal?

E é esse meu ponto de vista. As empresas privadas tendem (disse, TENDEM) a ser mais competitivas pelo simples fato de que se assim não forem, somem. As estatais tem o aporte garantido em caso de crises e, hora ou outra, passam nas mãos de famílias poderosas e políticos de influência, virando por vezes, não mais que cabides de empregos.

Metralham o governo passado por ter aberto o país para as privatizações, mas há de se ponderar que empresas competitivas como a Vale e a Embratel, por exemplo, precisam de administração especializada e não são geradoras de lucro por si só: apresentam riscos (como a Vale tem demonstrado).

Sejamos francos, tirando alguns casos, alguém ainda acredita que o Governo sabe lidar com essas coisas? Só vermos quantas denúncias de nepotismo e afiliações temos diariamente pra entender que as estatais não só seriam cabides de empregos como denotariam fortemente "marcos" de campanha eleitoral.

E ah, antes que me esqueça: o mesmo governo que ataca as privatizações tá aí anunciando incentivos a concessionárias para construção de pedágios (ótima ideia, porém hipócrita).

sábado, 18 de agosto de 2012

Os (possíveis) saldos do julgamento do Mensalão.

Então que se você esteve no Brasil nos últimos 2 meses já sabe que o Supremo Tribunal Federal (a.k.a. STF) está julgando um dos maiores escándalos da história do país.

Poderia tecer comentários sobre o que aconteceu, mas como jamais me inteirei do assunto plenamente, prefiro não falar bobagem.

O que eu sei é aquilo que provavelmente você sabe, o que divulgam nos jornais. O que se comenta eventualmente pra puxar assunto.

Mas não é exatamente sobre isso que eu quero falar.

Como todos sabem, o Mensalão envolve o PT e, bom, haja vista os últimos anos de dominância do dito partido e se tratar de ano eleitoral, resolvi comentar qual pode ser o saldo desse julgamento para as próximas eleições (com enfoque ainda maior para as próximas presidenciais, no fatídico ano de 2014 - não é só ano de Copa, Cara-Pálida!).

Resolvi esboçar três possibilidades e vou fazer alguns prognósticos (baseados apenas em "achologia", não sou entendido de ciência política apesar de me interessar e eventualmente ler uma coisa ou outra).

1ª Situação: Como se trata de um tema complexo e que nem todos os jornais/televisões divulgam da maneira que esperamos, a primeira situação envolve a simples ignorância do povo. Brasileiro não tem memória e isso é fato. Pelo andar da carruagem o julgamento (com sorte) deverá se encerrar às vésperas da eleição, ou seja, meados da segunda quinzena de setembro. Salvo alguma imprevisibilidade, o eleitor normal não deverá vincular a figura do Mensalão Petista a nenhum candidato. É possível ainda uma pluralidade de decisões absolvendo uns e condenando outros, alguns crimes prescritos e afins. 

Nesse prisma o julgamento não faria diferença. Nem pra essas próximas eleições municipais nem pras próximas nacionais. E ano que vem, se os caras se candidatam de novo, provável que tenha quem vote neles por lembrar do nome por alguma notícia... Aquele velho papo.

2ª Situação: Os peixes grandes são todos condenados. Crise no PT porque com o STF a coisa é mais séria (apesar da politicagem que é, estamos falando do Supremo). Como os réus mais famosos e relevantes são do partido (José Dirceu, sobretudo, que não esconde de ninguém a vontade de ser presidente da República) a possibilidade de se recair numa fossa sem precedentes é enorme. Bem possível que voltaríamos a ter uma disputa entre PT e PSDB, com um lado ligeiramente menos queimado que o outro.

A possibilidade é evidente. Pra estas eleições, talves seriam afetadas cidades que ainda estão polarizadas entre PT e PSDB, com vantagem para os tucanos. O problema é que dentre estas cidades se encontra a maior do Brasil, São Paulo, onde os tucanos já levam vantagem tradicionalmente. Não haveria grande diferença pra esta eleição. Mas pra próxima... É notório que o governo da presidente (presidentA a pqp) vive à sombra do governo Lula. Com uma crise destas proporções, acho difícil que ela se reeleja. Seria necessário o lançamento de um novo candidato pelo PT nas próximas eleições e, bom, não vejo o Lula voltando (principalmente por motivos de saúde, porque o sonho dele é ser um Chavez brasileiro).

3ª Situação: Os petistas são todos inocentados. Infelizmente esta é a mais provável. Todo mundo sabe que os Ministros do STF são indicações políticas, apesar de serem pessoas de conduta ilibada e grandes juristas, a pressão vai existir. E mexer com peixe grande é complicado. 

O cenário é o mesmo acima, com diferença que a ligeira vantagem vai pro PT, apesar de achar que quem não vota no PT continuaria sem votar. O mais complicado seria pra reeleição da Dilma, porque com a vitória e inocência, José Dirceu cresceria internamente no partido e, possivalemente, surgiria na disputa interna para se lançar candidato em 2014. Ou, pior, se lançaria como vice da Dilma se preparando para as eleições de 2018... E aí, a perpetuação que todos tememos aconteceria.

Pelo que entendo, as consequências do julgamento se dariam bem mais internamente nos partidos do que refletidas no eleitorado normal. Simplesmente porque o brasileiro não se interessa por política e, bem provável, daqui a cinco anos não se lembrará de nenhum envolvido. Afinal, estamos no país que acredita que o Presidente da República "não sabia" desta rede de corrupção sem precedentes envolvendo seu partido.

O melhor a se fazer é aguardar o julgamento. E torcer pela imparcialidade dos julgadores.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O Atleticano e a sorte.

Se tem uma coisa com a qual o Atleticano (assim mesmo, com maiúscula) não pode contar, nunca (mas nunca mesmo) é com a sorte. Tem aquela máxima que diz que se o pão cair, ele vai cair com a manteiga pra baixo... Tenho certeza que esse estudo empírico teve como objeto um, ou vários, Atleticanos.

Quis a sorte (ou a falta dela) que o Atlético dominasse o futebol brasileiro entre os idos de 77 e 80 e poucos e não conseguisse título nacional algum. Ora, é esse o time que chegou em catorze semifinais do Brasileiro pra conseguir vencer apenas um? Ou é o único time vice-campeão nacional invícto (do mundo, me arrisco a dizer)?

Existem coisas que só acontecem com o Atlético.Sou capaz de falar que o Atleticano é aquele ser preparado para o pior sempre. Bom, eu sou assim, pra mim o copo está sempre meio vazio. 

O Atleticano é sempre adepto a estatísticas, deveríamos todos ser matemáticos. Se a chance de dar errado é de 0,5%, amigo, essa chance existe e hora ou outra vai dar as caras.

E acho que é isso que nos fortalece. Na hora do aperto, o Atleticano não pode contar com mais ninguém: só com os outros Atleticanos. Esse é nosso diferencial... É o que faz com que você tire forças de onde não existe.

É uma condição sui generis: o Atleticano tem muito mais que um time, tem um laço. Laço que faz com que pessoas que nunca se viram, de diferentes classes e níveis sociais, se tornem melhores amigos, ainda que por apenas 90 minutos.

Temos hoje 13 rodadas do campeonato Brasileiro, 10 vitórias e um time que está finalmente jogando bola. Se vai dar certo ou não, impossível dizer, pelo menos por agora.

O meu conselho, amigo Atleticano, é que você aproveite o momento. Não esbanje, não seja arrogante, não deboche. Seja mineiro, porque é assim que somos.

Mas não comece agora a contar com a sorte porque ela jamais sorrirá pra gente. Vamos continuar contando com a competência e pronto. E nunca, nunca mesmo, deixe de acreditar naqueles 11 escolhidos.

O terreno está preparado.

domingo, 10 de junho de 2012

Demian

"Um livro deve ser o machado que quebra o mar gelado em nós."

Se o livro Demian, do escritor alemão Hermann Hesse, tivesse uma nota de contra capa seria essa citação de Franz Kafka.

“A ave sai do ovo. O ovo é o mundo."
Antes de mais nada, é importante falar que estamos tratando do vencedor do Nobel de Literatura em 1946, então todo cuidado é pouco para falar desta obra.

O livro trata de um dilema enfrentado por todos, a passagem entre a infância e adolescência pra vida adulta. É o tipo de transição que todos fazemos, mas ver retratado em um livro chega a ser assustador.

Quando li Hesse pela primeira vez, foi por indicação do pai de um amigo. Estava completando 15 anos e ele disse que era a idade certa pra isso. Na época não entendi o que ele disse e acho que quando li pela primeira vez ainda não estava pronto.

Voltei a ler quando fiz 18 anos e aí sim, acho que consegui pegar a essência do livro.

É raro que eu afirme categoricamente ter um livro de cabeceira e Demian é ele, com toda certeza.

Estou me propondo a fazer uma resenha agora, mas já adianto que nada substituirá a sua leitura, sobretudo pra um livro desse tipo.

Primeiro porque o livro exige uma leitura lenta. Cada página tem de ser lida duas ou três vezes, sem exagero.

Segundo porque a análise interior do livro é a principal característica. E antes que você fale, não, não é uma autoajuda. Acho mais fácil ser uma autodestruição. Como disse Bakunin certa feita, "a paixão pela destruição é uma paixão criativa". E essa é a essência de Demian.

O personagem do livro, um jovem chamado Emil Sinclair, busca durante as páginas do livro desconstruir suas bases, antes sólidas e confiáveis. Busca seu caminho lutando contra as limitações da idade.

O mais interessante pra mim é a dualidade presente no livro. De um lado, o porto-seguro dos pais, do outro o mundo cão. É nesse dilema que Emil se encontra logo de cara. Ressalto o principal ponto do livro, isso é algo que todos já passamos (ou estamos prestes a enfrentar).

Parte de um lar super protetor para o mundo, através dos ensinamentos de Demian, um colega mais velho e com questionamentos extremamente precoces e grande capacidade de dicernimento. Demian mostra a Emil que só através da experimentação podemos conhecer as coisas, o que nos levaria ao amadurecimento. Só assim podemos ter noção do que é bom e do que é ruim.

Emil passa de problemas com caras brigões na escola até aquela clássica dúvida: o que vem a seguir?

Apesar da ajuda de Demian e de outros, o mais marcante mesmo é que o amadurecimento é vivido e desenvolvido por Emil, sempre. Ninguém mais consegue nos amadurecer, senão nós mesmos. O livro trata exatamente disso, andar com as próprias pernas.

O livro tem diversas passagens bíblicas, contrapontos entre religiões e coisas do tipo. Deixo de comentar esta parte, porque acho que o mais importante é cada um ter sua visão.

As passagens do livro, apesar de situadas no início do século XX são atemporais. Qualquer um consegue ler e se enxergar nas mesmas situações.

Poderia ficar aqui escrevendo dias e não conseguiria passar tudo que extraí lendo Demian. Falo sem medo, deveria fazer parte do currículo obrigatório de todas as escolas.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Lei de Gérson.

Pra quem não sabe, a Lei de Gérson implica unica e exclusivamente em levar vantagem. Em tudo.

É não se importar com princípios, questões éticas e morais.

Numa propaganda de tv veiculada nos anos 70, o ex-jogador Gérson dizia algo como "Por que pagar mais caro se o cigarro X me dá tudo aquilo que eu quero de um bom cigarro? Leve vantagem também, fume o cigarro X".

Anos depois, o anúncio ficou famoso por caracterizar exatamente isso: a necessidade do brasileiro em levar vantagem.

Aqui neste país maravilhoso, abençoado por Deus e bonito por natureza (que beleza!) temos as marcas mais evidentes da Lei. Somos conhecidos mundialmente (e o que mais me incomoda, internamente) pela fama de espertos, de sempre querer levar vantagem sobre os outros. Somos personificados na figura do malandro.

Poderíamos listar várias coisas, mas vou me ater apenas na corrupção. Quando vemos notícias que o partido tal desviou tantos milhões pro Caixa 2, ou que fulano era laranja da empresa tal, é quase unânime o descontentamento e a reprovação.

Mas quantos de nós, realmente, deixamos de ser "espertos" quando temos a oportunidade? Até nas coisas pequenas a gente gosta de levar vantagem. 

Se o caixa devolver dois reais a mais no troco da padaria, ganhamos o dia.

Acho que é inerente do povo brasileiro, independente de classe social ou educação.

Outra característica é a mania de empurrar a responsabilidade pro outro.

Quarta feira passada, dia 06, houve um acidente em BH que chocou quem viu. Um caminhão transportando uma bobina (exatamente o mesmo que presenciei dois meses atrás, em uma viagem a Juiz de Fora) perdeu o controle e bateu em outros carros. Até o momento, já morreram três pessoas.

Foto tirada no dia do acidente
Embora haja proibição para o trânsito de carretas naquela região, não se justifica o que aconteceu.

O motorista errou, pegou uma via que não podia. Ok.

Mas o que temos visto nos últimos dias foi nada mais nada menos do que um órgão empurrando a responsabilidade para outro.

No dia seguinte ao acidente, enquanto ainda se retiravam os destroços do acidente, os órgãos da administração pública poderiam se reunir para tentar acertar, finalmente, medidas imediatas e efetivas para que não ocorrecem mais tragédias como essas.

Mas não. O que vimos foi o Batalhão de Trânsito falando que o tráfego dentro das cidades é de competência do município. Que o DNIT só poderia auxiliar na discussão, mas quem efetivamente tinha culpa no ocorrido era a BHTrans, órgão municipal de aplicação de multas para quem não usa rotativo e pra quem conversa no celular enquanto dirige fiscalização do trânsito.

A BHTrans, por outro lado, lamenta que não tem efetivo suficiente para fiscalizar o trecho, um dos mais movimentados de BH e onde ocorrem os maiores congestionamentos da cidade.

Ninguém fala entretanto, que se a fiscalização no Anel Rodoviário fosse boa a carreta dificilmente teria entrado na cidade. Menos ainda sobre a falta de sinalização no Anel, as placas confusas e em péssimo estado.

Até pra quem mora na cidade é confuso. Imagina pra quem passa aqui esporadicamente?

As placas existem, mas não indicam nada com clareza.

Pra variar, vai ficar por isso mesmo. Em poucos meses ninguém mais vai lembrar desse acidente e a vida segue.

Acho que a Lei de Gérson merece uma atualização. Levar vantagem e empurrar a culpa para o outro.

domingo, 3 de junho de 2012

A vida pune.

Em uma das franquias mais clássicas do cinema, Sylvester Stallone viveu um lutador de boxe daqueles bem clássicos, realmente com perfil de vencedor de filmes.

Um cara limitado tecnicamente mas com grande coração, vencia as lutas geralmente buscando aquele algo a mais, na raça.

Teve uma carreira vitoriosa, chegando ao auge sendo campeão mundial. Mas também viveu o declínio, sem dinheiro e voltando a morar em casas humildes.

Nessa última fase, marcada pelo fim da carreira do Italian Stallion, foi desafiado por um jovem campeão, um rapaz arrogante que achava ser melhor que todo mundo. Esse é o roteiro do 5º filme da série, chamado Rocky V (note que criatividade não é o forte do Stallone).

Recentemente, foi lançado o sexto filme da série, chamado Rocky VI Balboa e mostra a vida do personagem principal depois de realmente ter abandonado a carreira e sendo desafiado novamente por um campeão em grande fase.

Não, eu não vou fazer uma resenha da série, apesar de gostar bastante dela (sobretudo o Rocky IV que mostra toda aquela briguinha EUA x URSS).

Estou aqui pra falar do nosso lendário Acelino "Popó" Freitas. Aquele cara que fez com que parte do país voltasse a acompanhar boxe, assistindo lutas na madrugada e se vangloriando de ganhar todas as lutas de locaute (sic) e raramente chegar no décimo rond (sic²).

O cara teve uma puta carreira. O cartel dele é invejável, ainda que em alguns momentos tenha procurado lutas fáceis descendo de categoria. São 41 lutas, 39 vitórias (33 por knockout) e apenas duas derrotas, cartel este que permitiu a ele ser campeão mundial por quatro vezes, nos pesos leve e super pena.

Após aposentado, Popó seguiu parte de ex-atletas e entrou na brincadeira da política, sendo eleito (após desistência de outro candidato) deputado federal pela Bahia.

Recentemente, entrou na vida de Popó o roteiro de Rocky.

Foi desafiado por um campeão mundial, o brasileiro radicado nos EUA Michael Oliveira. O jovem, que vinha invícto, começou a falar mal de Popó abertamente na imprensa e lançou o desafio: queria derrotar Popó.

Claro que pra ele, que ne época quase ninguém conhecia, a luta seria uma ótima oportunidade. Enfrentaria um grande ídolo e alavancaria a carreira. Mais, pegaria Popó sem treinar, aposentado e quase 15 anos mais velho.

Popó não só aceitou como derrotou ontem, num cassino em Punta del Este, Uruguai e botou um ponto final na sequência invícta do desafiante.

A vida pune.

Um ótimo encerramento de carreira para Popó que agora volta, ou ao menos deveria, suas atenções exclusivamente para a política.

Uma pena, entretanto, que em 2004 o Eder Jofre não tivesse condições de lutar quando o mesmo Popó gritou pra todos os lados que estava acima de todos, inclusive do próprio Jofre. 

 Adoraria ver o Jofre derrubando o Popó.

O vídeo da luta do Popó ontem está disponível na Globo.

sábado, 2 de junho de 2012

A Turma do Chávez.

Tô falando que tá tudo errado neste país e ninguém acredita.

E aí que o nosso ilustre ex-Presidente deu uma entrevista pro programa do Ratinho na última semana. Primeiro que eu ainda me assustei pelo fato do Ratinho ainda ter um programa, mas não é sobre isso que eu quero falar.

Vi depois uma matéria no G1 e me assustei. O excesso de populismo do Lula não é novidade, as teorias da conspiração que ele cita em todas as entrevistas e o grau de paranoia são assombrosos. É fato notório que pra ele, só o PT fez coisas boas pro Brasil, fato este que eu já até falei aqui no blog em tempos passados.

Bom, em suma, ele disse que caso a presidente (presidenta é a pqp) Dilma não queira se candidatar, ele o fará apenas para "não permitir que um tucano volte".

O cara TEM o rei na barriga. Não é possível tanta arrogância, ainda mais vinda de um cara "humilde" que passou fome na infância e "batalhou" para chegar onde chegou. É agora o dono do Brasil e eu não fiquei sabendo?

É até notório um cara como o Lula, saindo da miséria em Pernambuco ter chegado ao posto de Presidente da República. Acho isso foda. Eu até ignoro o fato de que ele simplesmente se aposentou por ter perdido um dedo, coisa que hoje em dia ninguém vai conseguir, pelo menos na função que ele exercia.

Agora, essa arrogância sustentada pelo populismo barato dele me mata. De verdade.

Acho assustador esse papo de manutenção de poder, evitar a todo custo que o poder saia das mãos do meu partido... Ninguém duvida que a intenção do José Dirceu sempre foi essa, um longo período com o Brasil nas mãos do PT. Desse jeito, vamos virar uma nova Venezuela.

Ele saiu do país com um dos maiores índices de aprovação popular? Ok, não dá pra negar as "pesquisas". Sustentado pelas massas, as classes C e D que realmente cresceram. Mas cresceram por que trabalharam mais? Não. Cresceram porque o governo deu ajuda financeira a troco de nada. Deu por dar.

Voltamos naquela frase clássica: melhor ensinar a pescar ou dar o peixe?

Cada um faz o que quer com o voto, e acho que esse é o maior problema da obrigatoriedade. Tenho colhido informações sobre isso e em breve vou publicar aqui uns textos que tenho escrito sobre esse assunto.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Slut Walk.

Meu dedo está coçando a alguns dias pra não comentar sobre isso, mas hoje ouvi umas coisas que me forçaram.

Sempre que eu escrevo aqui sobre esses assuntos "polêmicos" aparecem alguns paraquedistas que comentam anonimamente e somem. Peço que se você for um(a) desses(as), que pelo menos tenha a decência de postar com seu nome e comparecer posteriormente para um debate ao menos respeitoso.

Eu sei que ninguém no mundo pediu a minha opinião e até certo ponto eu só posto as coisas aqui por mim mesmo, então comente e dê sua opinião apenas se quiser. Vai ser um prazer poder responder ou, quem sabe, concordar com o que você fala e pedir desculpas. Só não venha com papo de qualquercoisa-ismo e pronto. 

Grato.

Então que no último final de semana aconteceu no Brasil (smj, no mundo todo) a Slut Walk, ou em bom e velho idioma tupiniquim, a "Marcha das Vadias".

De cara eu não entendi o que elas queriam expor, além dos peitos e dos suvacos cabeludos, mas acabei dando uma colher de chá e procurando saber... Me assustei quando descobri que era uma marcha pela "sexualidade feminina".

Bom, na ótica delas todos os homens são estupradores única e exclusivamente porque são cafajestes. Raciocínio circular detectado. Me corrijam se eu estiver errado, por favor... Mas é isso que se exprime de faixas como "Pelo direito de expressar minha sexualidade e minha sensualidade sem ser estuprada". Isso, claro, vindo de uma menina (não acho que chegue a merecer o rótulo de mulher) com os seios de fora. Eu não faço questão de colocar aqui no blog esse tipo de foto, então se quiser, procure no google.

Bom, vida que segue. Como todo mundo que me conhece sabe, eu detesto qualquer tipo de "ismo". Machismo, feminismo, racismo, etc. etc. Tenho os meus posicionamentos claros e raramente abro mão deles. Mas ainda assim, adoro entrar numa discussão, pelo simples prazer de, pasmem, discutir. Se não gostasse, acho que estaria perdendo meus últimos 4 anos na faculdade de direito. Ad argumentandum tantum, ninguém tem a razão em 100% das vezes e eu volta e meio me equivoco. Por isso amo discutir.

Voltando ao mote, eu não consigo enxergar como, de maneira alguma, um homem vai passar a respeitar mais as mulheres que saem pela rua gritando serem vadias. Não entendo como esse é um jeito de se cobrar respeito.

Eu exijo respeito nas minhas relações com atitudes. Não atitudes de cobrança. Atitudes que inspiram respeito.

O que as manifestantes querem? Liberdade? Liberdade de andar peladas nas ruas? De poderem andar sem camisa como os homens o fazem? Poder ganhar mais, trabalhar em níveis semelhantes aos homens?

Honestamente, essa marcha faria mais sentido nos anos 20.

As mulheres hoje são tão iguais aos homens em tanta coisa. Trabalham, estudam, fazem o que bem entendem. Ainda têm a opção de, se quiser ser sustentada pelo marido, ser e pronto. Ninguém tem nada com isso.
Hoje é extremamente comum mulheres ocupando cargos de chefia. Esposas que ganham muito mais que os maridos.
 
Quanto mais meche (sic)...
Gente, mulher nenhuma no mundo precisa ser uma Panicat pra atrair atenção de alguém. Não precisa andar pelada, ser fácil e muito menos liberal em excesso. A mulher precisa se respeitar, antes de mais nada.
Precisa investir mais na inteligência que nos peitos.

Aí sim, quando você, mulher, fizer isso, será respeitada.

Até entendo que quando elas falam sobre estupro não é com relação ao ato em si. É com relação aos caras olhando quando elas passam, aos abusos.

Esse é um ponto correto, isso precisa mudar. Mas isso só vai se resolver quando as mulheres resolverem os problemas sobre a sua própria sexualidade.
Se você é mulher e quer andar com a roupa que lhe faz bem, ok, faça. Quer andar pelada na rua? Ande. Mas vivemos numa sociedade guiada sobretudo pela sexualidade e, ao fazer isso, assuma o risco de ter dezenas de caras olhando como se fosse carne no açougue. Que fique claro que a roupa não justifica cantadas de pedreiro, passadas de mão e afins, isso está errado.

E outra, vai resolver alguma coisa cobrar respeito desrespeitando os outros? Adianta escrever num cartaz que "Jesus ama as vadias" só pra ofender os religiosos?

Sabem qual a origem dessa história toda? Um policial foi na tv, acho, no Canadá e disse que se as mulheres parassem de se vestir como vadias (roupas exageradamente curtas, por exemplo), o risco de estupro diminuiria. Um comentário idiota que tomou proporções gigantes.

Como se fossem as roupas que fazem da pessoa melhor ou pior. Veja esta matéria aqui, por exemplo. Em pleno ambiente acadêmico a menina se insinua pro professor. Embora não tenha mantido a conduta adequada, vocês acham que ele estuprou, agarrou ou se aproveitou da aluna?


Passou da hora de entenderem que nós vivemos num país extremamente volúvel.

A causa da marcha pode até ser justa, e eu acho que elas tocaram em um ponto interessante (apesar da falta de organização e do enorme número de pensamentos aleatórios... Teve gente falando de aborto, outras de emprego...), mas o jeito que fizeram está extremamente equivocado.

Em tempo, olha isso... Proibiram a seguinte propaganda da Nova Schin por ser machista e/ou preconceituosa.



Se a propaganda fala de mulheres, é machista. Se fala de gays, é homofóbica. Se é direcionada a homens, é sexista. Difícil agradar. Aliás, nunca vi homem algum comentando aquelas propagandas em que aparece mulher bem sucedida pisando no cara. Do mesmo jeito que criticaram a Gisele Bundchen pela propaganda da Sky em que ela aparece limpando o chão.

Pelo amor de Deus, que paisinho chato que a gente vive.

domingo, 27 de maio de 2012

Motivos para assistir (e acompanhar) MMA.

Ultimamente, o UFC tem dividido as atenções dos brasileiros com o futebol, coisa que até pouco tempo atrás esporte algum conseguiu.

Tivemos a fase vencedora do volei e da ginástica olímpica, mas acho que o brasileiro ainda é muito resistente com esses esportes... Então não considerarei.

Pra quem ainda não acompanha, vou listar cinco motivos para o MMA/UFC ser o esporte que mais cresce no mundo, principalmente aqui, na Republiqueta de Bananas que vivemos.

I - As grandes rivalidades.
O UFC envolve rivalidades talvez até maiores que no futebol. De certa maneira, isso é óbvio, porque o cara que é seu rival, é seu inimigo. Se você der mole ele VAI te partir em dois.

Se isso não aflora rivalidades, o que mais?

Vou listar aqui algumas das mais clássicas.


Silva x Sonnen
Todo mundo sabe que o Anderson Silva é o maior campeão do UFC de todos os tempos. Tem um cartel invejável e é o detentor do título dos pesos médios desde 2006. Sonnen é um bom lutador, mas que nunca teve uma carreira realmente expressiva (prova disso é o card relativamente apertado, com 11 derrotas em 39 lutas). A rivalidade dos dois começou no UFC 117, quando Sonnen desafiou Spider pelo cinturão.

Todo mundo apostava como cartas marcadas a grande superioridade do brasileiro, mas o que ocorreu foi o oposto. Sonnen se impôs e dominou os 5 rounds. Não contava, entretanto, com um golpe de mestre do Anderson Silva, que acabou vencendo a luta por finalização, com um incrível triângulo.

Polêmicas a parte (Sonnen foi pego no dopping após a luta e Spider lutou com duas costelas trincadas), a luta entrou para a história como um dos maiores duelos do MMA.

Mas só estava começando. Sonnen passou a criticar Silva abertamente, provocando de todas as maneiras possíveis, inclusive ofendendo os brasileiros e a família de Silva.

O tira-teima entre os dois já está marcado: UFC 148.


Belfort x Wand 
Tudou começou em 1998, quando ambos eram apenas apostas do MMA brasileiro. A luta entre os dois em São Paulo prometia ser um grande duelo, mas durou apenas 44 segundos.

Num dos knockouts mais emblemáticos da história do UFC, Vítor "The Phenom" Belfort partiu pra cima do Cachorro Louco e a luta acabou.

Depois disso, continuaram suas carreiras e atingiram grande sucesso, sobretudo Wanderlei que se tornou uma lenda no Pride, evento japonês de MMA. Vítor passou por maus momentos pessoais com o desaparecimento de sua irmã, mas recentemente voltou a competir em alto nível e é tido como um dos lutadores mais completos da atualidade.

A rixa entre os dois voltou à evidência com o The Ultimate Fighter (TUF) Brasil. Ambos são os treinadores da edição atual do reality show e se enfrentariam aqui em BH agora em julho, mas Belfort se lesionou durante os treinamentos e a luta foi desmarcada.

Uma pena, seria um ótimo tira-teima. Infelizmente, como ambos já tem idades avançadas, talvez ficaremos apenas na esperança de ver a luta.


Lesnar x Mir
Dois pesos pesados de respeito, Brock Lesnar e Frank Mir. Quando Lesnar chegou ao UFC, oriundo do WWE, surgiu com todo o perfil de vilão... Aquele cara com toda pinta de malvado. Mir já é famoso por gostar de falar e promover lutas, então acredito que viu nisso como uma forte concorrência.

Coincidência ou não, a estréia de Lesnar foi justamente contra Mir. Provocações intensas desde a marcação da luta... O resultado da luta foi a vitória de Mir, por finalização.

Os dois seguiram em frente e Lesnar chegou inclusive a ser o campeão dos pesos pesados.

Voltariam a se enfrentar pelo cinturão e, nesta oportunidade, Lesnar destruiu Mir. Foi um verdadeiro massacre. Ainda no octógono, depois da vitória de Lesnar, os dois quase sairam novamente na mão depois que começaram a se provocar, motivados pelo estilo bad boy de ambos.

Depois da luta, Mir falou por diversas vezes que queria matar Lesnar durante uma luta, afirmando categoricamente ter "ódio legítimo".

Infelizmente, o terceiro embate entre os dois não irá ocorrer, vez que Brock Lesnar se aposentou no final do ano passado e Mir vem seguindo exatamente o mesmo caminho.


Liddell x Couture 
São dois dos principais nomes do UFC, responsáveis pela profissionalização do esporte e por seu sucesso, sobretudo nos EUA. Participaram ainda da primeira versão do TUF, contribuindo ainda mais para a rivalidade.

Foram três lutas memoráveis entre os dois, com duas vitórias para Liddell e uma para o Capitão América.

A rivalidade nasceu porque quando se enfrentaram da primeira vez, Couture já estava velho, beirando os 40 anos e Liddell em plena ascensão. Ninguém esperava a vitória de Couture, mas ele nocauteou o Iceman. Depois Liddell retomou a vantagem no confronto direto, mas a rivalidade ainda existe...


Pride x UFC
Se a rivalidade entre duas pessoas já era grande, imagina entre dois eventos. A disputa dos fãs, dos lutadores...

O Pride foi um evento de MMA que ocorria no Japão. Chegou a ser, por muito tempo, o evento de MMA mais famoso do mundo, levando para as lutas sempre os melhores lutadores das categorias. Prova disso é que lendas do Pride migraram para o UFC a partir de 2007, data em que a compra do evento foi sacramentada. O evento teve grandes campões, como Fedor Emelianenko, Wanderlei Silva e Dan Henderson (esses dois últimos inclusive lutam no UFC).

Qual era a graça do Pride? Bom, de cara falo que os primeiros eventos não eram nem dividos em categoria. O Rickson Gracie, por exemplo, chegou a derrotar caras com 20-30kg mais pesados. Existiam também os Gran Prix (GP's) que eram torneios anuais, ou seja, a parada tinha uma sequência mais lógica, tipo, Fulando venceu Ciclano, então agora vai poder enfrentar Beltrano. A lógica do UFC hoje parte da cabeça do Dana White, ou seja, é guiada primeiramente pelo potencial financeiro da luta e depois pela capacidade dos lutadores (embora uma coisa esteja diretamente ligada a outra).

A principal vantagem do Pride eram as lutas mais "kamicaze" que no UFC. Eram rounds maiores, com "menos" regras... Era realmente vale-tudo.

No fim das contas, o evento mais organizado venceu, tendo inclusive incorporado o outro.


II - Possibilidades infinitas de vitória.
Outra coisa que chama bastante atenção no MMA é a possibilidade de vitória para os dois lutadores. Você percebe isso principalmente nas categorias maiores, onde um soco bem encaixado derruba qualquer um.
Já citei antes o exemplo da luta entre Silva x Sonnen. Por pouco o Anderson, invícto desde 2004, não perde para o Sonnen. Não tem como prever o resultado da luta.

Isso trás para o evento o grande apelo das apostas e também o próximo motivo...


III - Grandes eventos.
Assim como ocorre no Boxe, as lutas são grandes eventos. Não são apenas confrontos underground como você vê naqueles filmes do Van Damme. Sobretudo no UFC, as lutas são eventos que param as cidades onde se realizam. Todo mundo estará por dentro disso, ainda que não goste.

Geralmente, os eventos começam por volta das 19 horas e se estendem até 2 da manhã. São várias lutas por noite.

As lutas eram realizadas, em sua maioria, nos cassinos de Las Vegas. Atualmente, entretanto, os eventos têm ocorrido em diversos países. 

O esporte está crescendo a cada dia.


IV - The Ultimate Fighter (TUF).
Assim como ocorre em outros esportes, a força se renova anualmente. E o TUF é atualmente o maior mecanismo para isso. Trata-se de um reality show que busca lançar novos nomes para os eventos do UFC.

Funciona? Claro.

Hoje grandes lutadores são oriundos do programa.Vou listar só alguns exemplos:
Rashad Evans, Forrest Griffin, Michael Bisping, Roy Nelson, Nate Diaz e Brendan Schaub.

E a perfeita oportunidade pros novatos derrotarem os grandes existe neste tipo de evento. O cara que sai do TUF pode rapidamente chegar ao auge no UFC vencendo um cinturão.


V - Mitos.
Com grande reincidência, os atletas de MMA são equiparados a mitos. Isso ocorre pelos feitos que conseguem, sejam em sequências de vitórias, sejam por knockouts sensacionais. Sejam pela grana que consegue atrair ou pelo prazer que transmitem em suas lutas.

O Hall of Fame do UFC hoje conta com poucos lutadores, mas vários que se encontram na ativa poderiam entrar nele.

A possibilidade de ser eternizado neste Hall motiva cada dia mais lutadores. E a chance de acompanhar o crescimento de alguém, partindo do nada e chegando a tal status é um atrativo a mais.

sábado, 26 de maio de 2012

Tv a cabo e o made in Brazil.

Estes dias estava reparando sobre a tv a cabo.

Sou assinante há uns 15 anos e a tv por assinatura sempre foi uma alternativa supervalorizada. Você para e imagina que nos 100 canais (ou mais) da tv paga existirão mais opções que nos 5 ou 6 da tv aberta... É inevitável pensar nisso. Na prática, porém...

Não vou cair naquele discurso comum de que os filmes e séries são sempre repetidos... Pensem por exemplo nos canais Telecine. São 6 canais exclusivos de filme. Natural acabarem os lançamentos uma hora ou outra.

Os canais de esporte se renovam diariamente, praticamente impossível a programação cair em repetição, salvo nas épocas de fim de temporada. Mas isso também é compreensível.

Meu problema com a tv a cabo é a tendência recente em virar tv aberta. É o excesso de filmes dublados e a obrigatoriedade de programação nacional.

Não consigo entender esta necessidade de proteger nossa língua pátria das influências estrangeiras, sobretudo se pensarmos na universalização das coisas através da internet. E que hoje é praticamente obrigatório pelo menos termos noção de outra língua.

Existem diversos filmes brasileiros que deixam no chinelo outras obras gringas, como por exemplo o "O homem que copiava", mas se eu vejo tv paga, tenho o direito de assistir ao que quiser. Por melhor que seja a dublagem, sempre perdemos alguma coisa do original. A entonação do ator, a emoção do narrador, a sinceridade do choro...

Já temos de nos contentar com filmes dublados na tv aberta, deixem a tv paga livre disso.

Uma boa saída é a encontrada pela HBO e pelo próprio Telecine. Por força de lei, são obrigados a exibir uma certa porcentagem de filmes dublados e de programação nacional.

Qual a saída? Para os filmes, disponibilizam em ambos os idiomas. Quanto a programação nacional, a HBO produz séries nacionais e o Telecine apresenta drops de informações e behind the scenes sobre os filmes e comentários sobre premiações e lançamentos.

Quanto ao resto dos canais de filmes e séries, a maioria tem cedido ao protecionismo sem muitos esforços.

Por via das dúvidas, parei de acompanhar pela tv, na maior parte das vezes, assisto pela internet mesmo.

Só fazendo um adendo, o mesmo tipo de imposição de certa quantidade de filmes dublados e produções nacionais invade também os cinemas.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Comédia MTV.

Sério, os caras são bons.


Me deu até vontade de assistir o programa.

Geração FM.

Este post está aqui nos rascunhos já tem tanto tempo... Vou tentar desembolar agora.

Quando eu era criança, lá pelos meus 7 ou 8 anos, comecei a assistir ESPN. Ainda que não tenha sido do dia pra noite, conheci vários clubes europeus, vários campeonatos e, porque não, diversos esportes. Sabia quem era Raul e vi ele jogando no auge. Toti, Fernando Couto, Shevchenko, Rui Costa... Acompanhei o surgimento do Messi, Fàbregas, Kaká e por que não dizer, do atual campeão da UCL... Vi o auge e a queda de Ronaldinho Gaúcho. Vi caras aparecerem e sumirem.

Já adianto pra quem não me conhece, 99% do meu conhecimento esportivo devo ao meu avô. Desde cedo, sempre assistia absolutamente tudo que o esporte e a tv aberta me ofereciam na companhia dele.

Bom, voltando à ESPN... De repente eu já conhecia um outro mundo de possibilidades no futebol. Sabia quem eram os irmãos Laudrup bem antes da Copa de 1998. Já tinha visto o Michael jogando por Barcelona e Real Madrid e sabia que o cara era bom de bola.

Enfim, naquela época sem internet, era a melhor fonte de conhecimento esportivo que eu tinha E o conhecimento, ainda que raso, que eu obtive, veio de acompanhar os jogos e campeonatos. Passava Betis x Celta de Vigo e eu assistia como se fosse Barcelona x Real Madrid.

O ponto que eu quero chegar é nas atuais gerações dos entendidos de futebol. Atualmente, as fontes de consulta se limitam a estatísticas da wikipedia (quantos jogos, quantos gols) e jogos virtuais. Apesar do aumento de opções (tanto de canais quanto de campeonatos), hoje são poucos os que acompanham o jogo em si.

Não vou ser hipócrita e falar que nunca joguei (inclusive, continuo jogando, sobretudo Fifa e FM).

Acho ambos os jogos sensacionais e a atenção que as empresas tem dado aos jogos é exponencial. Antigamente, vide Elifoot, você escolhia a tática e selecionava quem tinha melhores condições físicas. Pra época, era extremamente complexo. Hoje, nos managers, podemos montar esquemas de treino para cada perfil de jogador, compor comissões técnicas, enfrentar problemas de ego e de adaptação ao idioma. Cada nova versão se aproxima mais da perfeição e isso é incrível.

O problema é quando as pessoas não sabem diferir o jogo da realidade.

Por mais real que fique em um lado a parte da simulação da realidade (sobretudo extracampo), na parte que mais importa é praticamente impossível estabelecer um parâmetro real. Reconheço que é difícil deixar isso real, mas vejo nisso um perigo gigante pros "entendedores" de futebol.

Explico.

Como disse antes, eu sabia antes da Copa de 1998 que o Laudrup jogava muita bola. Não por ouvir um comentarista falando ou as estatísticas dele na wiki, ou por jogar com ele no Fifa 97, eu sabia porque já havia visto ele jogando na Espanha. Hoje, você senta pra conversar com as pessoas sobre contratações e vêm sempre as sugestões baseadas nos jogos... Roncatto, Todorov, de la Cuesta, Mihalcea, etc. Jogadores que nunca jogaram nada em lugar algum e, dependendo da versão do manager, são as primeiras contratações de qualquer um.

Ao mesmo tempo que os jogos virtuais aproximaram o torcedor do futebol, abrindo a visão do leque de outras opções além do camisa 10 do Flamengo e do goleiro do São Paulo, privou a molecada da análise fria do futebol como ele é: no campo.

Vejo gente defendendo a convocação do Ronaldinho Gaúcho pra Seleção brasileira. Provavelmente, são pessoas que jogam FM e tem o RG como melhor jogador do campeonato. Na real, faz tempo que não joga nada e o pior, não por falta de capacidade... Por falta de vontade. E isso o jogo não pode retratar hoje... Do jeito que anda a evolução, não duvido que apareça esta possibilidade nos próximos FMs.

Fora a questão dos pitacos táticos... Muita gente usa táticas prontas nos simuladores e perde a maior graça do jogo... Passar aperto e sofrer pra vencer alguns jogos. Outra vez, assumo que já usei por diversas vezes táticas prontas, mas ainda assim, sempre fiz adaptações ao que tinha em mãos. Não adianta você usar o time pra cruzar na área se no ataque você tem dois baixinhos. Não adianta pedir pro Luis Fabiano armar o time.

Isso abre outro leque, o derradeiro. O paralelo com a invasão nas tvs (ressalto a ESPN Brasil, por anos a melhor neste quesito, hoje nem tanto) de comentaristas de boteco. Aqueles caras que acham que entendem de bola por terem passado os últimos 10 anos jogando bola profissionalmente ou aqueles que fizeram faculdade de comentarista (como disse o Kajuru sobre a Renata Fan, fez cadeira de Tática II?).

Virou um circo. Antes, você ainda conseguia pinçar alguns caras que realmente entendem. Hoje, vê uns caras sem capacidade alguma pra isso.

Fazendo um caminho diferente, temos o Léo Bertozzi da ESPN Brasil, que saiu do excelente Trivela e hoje comenta jogos na tv com propriedade impar. É um cara que entende de bola, mesmo sem jamais ter sido jogador. Idem ao PVC e ao PCV (sério). É claro que temos os caras bons, mas os ruins estão infestando os canais.


Lugar de comentarista de boteco é na arquibancada. Que as redes de tv jamais se esqueçam disso.

E eu não me julgo bom o suficiente pra isso, que fique claro. Sou comentarista de arquibancada.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Pedágios.

Sem querer fazer papel de anti-Cristo, mas já fazendo...

Tem sido exaustivamente noticiado o problema envolvendo o filho do Eike Batista, Thor Batista, e um ciclista atropelado (que veio inclusive a falecer).

Claro que eu não acho Thor santo, mesmo porque o histórico de multas por excesso de velocidade é indiscutível.

Mas quem dirige, sobretudo em estrada, sabe como são inconsequentes os pedestres. Inclusive em casos onde existem passarelas na pista.

A galera prefere se arriscar e atravessar a via correndo, no escuro, a utilizar a passarela. Preferem economizar alguns metros, arriscando a vida.

Pelo que foi narrado, e ressalto, estou fazendo apenas uma suposição com o que foi noticiado, o ciclista estava atravessando a rodovia no escuro. O motorista, que vinha em alta velocidade como é de praxe em rodovias, não conseguiu frear a tempo e acabou ocorrendo a colisão.

Agora Thor vai responder por homicídio culposo (sem intenção) e a família vai pleitear uma indenização, como se o ciclista voltasse pelo depósito bancário.

E o problema das estradas vai continuar sem ser ao menos citado.

Será que dói fazer uma estrada bem feita? Iluminada, ao menos? Uma via alternativa pra os locais, pedestres ou ciclistas, atravessarem?

Quem já foi pra São Paulo, via Fernão Dias, sabe que é extremamente possível uma estrada boa com pedágios em valores acessíveis (gasta-se de carro, no trecho BH-SP, cerca de R$ 10,00 em pedágios. Menos de dois centavos por quilômetro - são 586 km no total. Pouco pra se andar em uma estrada com três pistas em excelente estado, com telefones públicos com poucos quilometros de distância entre si e postos de auxílio constantemente).

Falta interesse do governo ou maturidade da população em aceitar esse modelo de parceria público-privada?

Anos atrás me deparei com um e-mail atribuído a uma bacharel em Direito que dizia, inclusive, que a cobrança de pedágios era inconstitucional pois feria o direito de ir e vir. Direito esse que, de fato, está previsto na Constituição Federal.

Bizarro, entretanto, se continuarmos lendo o mesmo artigo 150, V e nos depararmos com a autorização expressa de instituição de pedágios em estradas federais.

Ou seja, pedágios em estradas são autorizados pela Lei Maior. Sua eficácia é comprovada, desde que (como tudo nessa republiqueta que vivemos) seja bem executado e, sobretudo, bem fiscalizado.

Convivemos com acidentes em estradas porque queremos. A maioria poderia ser evitada com melhores condições de tráfego e menos veículos transitando.

Pode-se discutir como seriam descontadas as contribuições já feitas, como o IPVA (que deveria ser utilizado na melhoria das estradas). Mas é inegável como o pedágio melhora e muito as condições de quem transita nas rodovias.

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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Chaves e a geração sem escrúpulos.

Quem aqui não cresceu vendo Chaves, né?

Não sei se vocês sabem, mas o Chaves veio parar no Brasil totalmente sem querer, pelo menos é esta a história que contam...

Bom, reza a lenda que "El Chavo del Ocho" veio pro Brasil no meio de um rolo de episódios de novelas mexicanas por acaso (e vocês pensavam que elas eram inúteis...). Por uma obra do acaso, Sílvio Santos viu a fita (era fita já?) e resolveu mandar dublar o episódio. Assistiu e gostou, contrariando o resto dos chefões do SBT que acharam o programa um lixo (é por isso que hoje o Sílvio Santos é rico e ninguém conhece nenhum desses "chefões", aliás).

Tal como acontece hoje, um belo dia faltou uma atração pra colocar no programa do Bozo (sério!) e o Chaves finalmente estreou no longínquo ano de 1984.

Independente de qualquer coisa, o importante é que a série esse ano completa 28 anos no ar. Não faço idéia de quantos episódios são, mas os mesmos repetem desde 1984 sem dó. E sem perder audiência.

Todo mundo aqui no Brasil (e me arrisco a dizer, na América Latina) sabe que os sapinhos fazem uh-ah-um. Todo mundo sabe que não se trata burro a pão de ló. Que é melhor morrer do que perder a vida. Etecétera, etecétera.

O que nem todo mundo dá a devida atenção, é que Chaves formou uma geração. Aliás, em 28 anos no ar, digo que talvez duas gerações foram criadas assistindo isso. Atualmente estamos entrando talvez na terceira geração de fãs do seriado, haja vista que continua passando invariavelmente no SBT e tem alguns episódios rolando também no Cartoon Network.

Convenhamos, desconsiderando a época claro, Chaves é extremamente mal filmado. Tem efeitos bizarros de isopor e chroma key primários. As piadas são geniais, mas repetidas exaustivamente são insustentáveis. De onde vem o sucesso do Chaves?

O Chaves era pobre, não tinha lugar pra morar e passava fome. Não tinha coisa que me incomodava mais do que ver o Quico esfregando um sanduíche de presunto na cara do pobre do Chaves e falando "olha Chaves, eu tenho este sanduíche de presunto e não te do-ou".

Gentalha!

Cara, o Quico era muito sacana. Mas não era só ele.

O próprio Chaves adorava passar a perna nos outros com aquela história de "suco de laranja que parece de limão e tem gosto de tamarindo".

Sério, isso é um tamarindo.

Fora o Jaiminho, aquele carteiro preguiçoso e vagabundo. Evitar a fadiga, né? Falou...

O Seu Madruga que não gostava de trabalhar. Aliás, "não existe trabalho ruim, ruim é ter que trabalhar". A Chiquinha que adorava sacanear todo mundo. O Nhonho era mimado bagarai, assim como o Quico tinha em mãos tudo que queria.

Nada, digo NADA mesmo, era certo em Chaves. Era tudo a máxima demonstração do politicamente incorreto. Do humor negro ao extremo. E ao mesmo tempo, NADA era reprovado. Não existia censura, salvo algumas incursões do Professor Girafales, mas ele próprio não era flor que se cheire (poxa, enrolou a Dona Florinda por vários anos, de olho na xícara de café dela).

Ainda assim, Chaves faz sucesso há quase 30 anos no Brasil. E não deve parar de passar tão cedo.

Faz sucesso por um motivo simples: Chaves representa toda a brasilidade do brasileiro.

A necessidade de passar a perna nos outros, viver passando aperto financeiramente e ainda assim estar pouco se lixando pra tudo isso.

Porque no fim das contas, tudo se resume a passar as férias de fim de ano em Acapulco (ou no Guarujá, depende da dublagem).

Edit: A Televisa, emissora original do programa, disponibilizou no youtube uma penca de episódios na internet. E mais, dublados. Corre lá e assiste.

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