quarta-feira, 30 de maio de 2012

Slut Walk.

Meu dedo está coçando a alguns dias pra não comentar sobre isso, mas hoje ouvi umas coisas que me forçaram.

Sempre que eu escrevo aqui sobre esses assuntos "polêmicos" aparecem alguns paraquedistas que comentam anonimamente e somem. Peço que se você for um(a) desses(as), que pelo menos tenha a decência de postar com seu nome e comparecer posteriormente para um debate ao menos respeitoso.

Eu sei que ninguém no mundo pediu a minha opinião e até certo ponto eu só posto as coisas aqui por mim mesmo, então comente e dê sua opinião apenas se quiser. Vai ser um prazer poder responder ou, quem sabe, concordar com o que você fala e pedir desculpas. Só não venha com papo de qualquercoisa-ismo e pronto. 

Grato.

Então que no último final de semana aconteceu no Brasil (smj, no mundo todo) a Slut Walk, ou em bom e velho idioma tupiniquim, a "Marcha das Vadias".

De cara eu não entendi o que elas queriam expor, além dos peitos e dos suvacos cabeludos, mas acabei dando uma colher de chá e procurando saber... Me assustei quando descobri que era uma marcha pela "sexualidade feminina".

Bom, na ótica delas todos os homens são estupradores única e exclusivamente porque são cafajestes. Raciocínio circular detectado. Me corrijam se eu estiver errado, por favor... Mas é isso que se exprime de faixas como "Pelo direito de expressar minha sexualidade e minha sensualidade sem ser estuprada". Isso, claro, vindo de uma menina (não acho que chegue a merecer o rótulo de mulher) com os seios de fora. Eu não faço questão de colocar aqui no blog esse tipo de foto, então se quiser, procure no google.

Bom, vida que segue. Como todo mundo que me conhece sabe, eu detesto qualquer tipo de "ismo". Machismo, feminismo, racismo, etc. etc. Tenho os meus posicionamentos claros e raramente abro mão deles. Mas ainda assim, adoro entrar numa discussão, pelo simples prazer de, pasmem, discutir. Se não gostasse, acho que estaria perdendo meus últimos 4 anos na faculdade de direito. Ad argumentandum tantum, ninguém tem a razão em 100% das vezes e eu volta e meio me equivoco. Por isso amo discutir.

Voltando ao mote, eu não consigo enxergar como, de maneira alguma, um homem vai passar a respeitar mais as mulheres que saem pela rua gritando serem vadias. Não entendo como esse é um jeito de se cobrar respeito.

Eu exijo respeito nas minhas relações com atitudes. Não atitudes de cobrança. Atitudes que inspiram respeito.

O que as manifestantes querem? Liberdade? Liberdade de andar peladas nas ruas? De poderem andar sem camisa como os homens o fazem? Poder ganhar mais, trabalhar em níveis semelhantes aos homens?

Honestamente, essa marcha faria mais sentido nos anos 20.

As mulheres hoje são tão iguais aos homens em tanta coisa. Trabalham, estudam, fazem o que bem entendem. Ainda têm a opção de, se quiser ser sustentada pelo marido, ser e pronto. Ninguém tem nada com isso.
Hoje é extremamente comum mulheres ocupando cargos de chefia. Esposas que ganham muito mais que os maridos.
 
Quanto mais meche (sic)...
Gente, mulher nenhuma no mundo precisa ser uma Panicat pra atrair atenção de alguém. Não precisa andar pelada, ser fácil e muito menos liberal em excesso. A mulher precisa se respeitar, antes de mais nada.
Precisa investir mais na inteligência que nos peitos.

Aí sim, quando você, mulher, fizer isso, será respeitada.

Até entendo que quando elas falam sobre estupro não é com relação ao ato em si. É com relação aos caras olhando quando elas passam, aos abusos.

Esse é um ponto correto, isso precisa mudar. Mas isso só vai se resolver quando as mulheres resolverem os problemas sobre a sua própria sexualidade.
Se você é mulher e quer andar com a roupa que lhe faz bem, ok, faça. Quer andar pelada na rua? Ande. Mas vivemos numa sociedade guiada sobretudo pela sexualidade e, ao fazer isso, assuma o risco de ter dezenas de caras olhando como se fosse carne no açougue. Que fique claro que a roupa não justifica cantadas de pedreiro, passadas de mão e afins, isso está errado.

E outra, vai resolver alguma coisa cobrar respeito desrespeitando os outros? Adianta escrever num cartaz que "Jesus ama as vadias" só pra ofender os religiosos?

Sabem qual a origem dessa história toda? Um policial foi na tv, acho, no Canadá e disse que se as mulheres parassem de se vestir como vadias (roupas exageradamente curtas, por exemplo), o risco de estupro diminuiria. Um comentário idiota que tomou proporções gigantes.

Como se fossem as roupas que fazem da pessoa melhor ou pior. Veja esta matéria aqui, por exemplo. Em pleno ambiente acadêmico a menina se insinua pro professor. Embora não tenha mantido a conduta adequada, vocês acham que ele estuprou, agarrou ou se aproveitou da aluna?


Passou da hora de entenderem que nós vivemos num país extremamente volúvel.

A causa da marcha pode até ser justa, e eu acho que elas tocaram em um ponto interessante (apesar da falta de organização e do enorme número de pensamentos aleatórios... Teve gente falando de aborto, outras de emprego...), mas o jeito que fizeram está extremamente equivocado.

Em tempo, olha isso... Proibiram a seguinte propaganda da Nova Schin por ser machista e/ou preconceituosa.



Se a propaganda fala de mulheres, é machista. Se fala de gays, é homofóbica. Se é direcionada a homens, é sexista. Difícil agradar. Aliás, nunca vi homem algum comentando aquelas propagandas em que aparece mulher bem sucedida pisando no cara. Do mesmo jeito que criticaram a Gisele Bundchen pela propaganda da Sky em que ela aparece limpando o chão.

Pelo amor de Deus, que paisinho chato que a gente vive.

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