terça-feira, 5 de abril de 2011

Falso moralismo e a direita brasileira.

Tem repercutido bastante a entrevista do dep. Bolsonaro no CQC.

Nada contra, nem a favor o que ele disse. Sou indiferente, pra falar a verdade.

Mas fico indignado com o falso moralismo da sociedade brasileira. Falo isso porque sou contra essa mesmice de achar que ser de direita é ser errado.

Quando vem aquela pergunta a respeito dos cotistas, por exemplo. Eu não acho errado o que ele disse. Quero que o profissional que vá prestar um serviço para mim ou a minha família seja competente. Exatamente do mesmo jeito que eu tenho de me comportar no meu trabalho (se eu for incompetente, outro assume minha vaga). Independente de raça, credo, time de futebol... Esse discurso hipócrita de que ele foi racista ao falar isso, é necessidade de aparecer. De se criar um ambiente negativista. Minha opinião.

A convivência com quem pensa diferente tem de ser respeitada. Dever cívico, previsto na Constituição.

Enquanto esse país hipócrita tolerar e achar bonito o rótulo de maldade imposto em quem pensa diferente, viveremos assim.

Acho engraçado esse estígma de que a direita é errada.

O deputado Jair Bolsonaro é caricato. Como tudo que é caricato, o é em excesso. Quando ele defende o regime militar, talvez só ele mesmo concorde com aquelas coisas.

Mas ele está errado em defender o que acredita? Os tais "valores da família"? Não. Se ele foi eleito, sinal que representa alguns milhares de pessoas. Afinal, qual a diferença entre ele e um militante gay? Cada um defende o que acha correto, com os meios com os quais são municiados.

Apesar disso, a direita brasileira tem vergonha de suas inspirações e opiniões. Estamos num mundo fechado onde os ideais conservadores são errados.

Me acordem quando essa onda passar.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

As profecias

Tem dias que a gente se sente
Um pouco, talvez, menos gente
Um dia daqueles sem graça
De chuva cair na vidraça
Um dia qualquer sem pensar
Sentindo o futuro no ar
O ar, carregado sutil
Um dia de maio ou abril
Sem qualquer amigo do lado
Sozinho em silêncio calado
Com uma pergunta na alma
Por que nessa tarde tão calma
O tempo parece parado?

Está em qualquer profecia
Dos sábios que viram o futuro,
Dos loucos que escrevem no muro.
Das teias do sonho remoto
Estouro, explosão, maremoto.
A chama da guerra acesa,
A fome sentada na mesa.
O copo com álcool no bar,
O anjo surgindo no mar.
Os selos de fogo, o eclipse,
Os símbolos do apocalipse.
Os séculos de Nostradamus,
A fuga geral dos ciganos.
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia.

Um gosto azedo na boca,
A moça que sonha, a louca.
O homem que quer mas se esquece,
O mundo dá ou do desce.
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia.
Sem fogo, sem sangue, sem ás
O mundo dos nossos ancestrais.
Acaba sem guerra mortais
Sem glorias de Mártir ferido
Sem um estrondo, mas com um gemido.

Os selos de fogo, o eclipse
Os símbolo do apocalipse
A fuga geral do ciganos
Os séculos de Nostradamus.

Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia (3x)
Um dia...

Sim, sim, sim...

(Raul Seixas e Paulo Coelho)