Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.
sábado, 9 de maio de 2015
O caso da gasolina e o por que de o Estado interventor onerar excessivamente a vida do cidadão.
terça-feira, 10 de março de 2015
Vamos falar Direito: Impeachment.
E se um Presidente sofre um impeachment? Ocorre a chamada vacância do cargo (o cargo fica vago, "vazio").
Neste cenário, caso o Vice não possa exercer a Presidência, é importante que observemos o tempo em que isso ocorreu. São duas situações trazidas pelo artigo 81 da Constituição:
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
O preço da tradição.

Recentemente (na verdade, em 2005) o clube revelou um dos maiores jogadores de sua história, o atacante Fernando Llorente (atacante inclusive da seleção espanhola), que jogava no clube desde os 11 anos de idade.
O sucesso inevitavelmente despertou a atenção dos gigantes europeus e, desde a Copa de 2010, não foram poucas a proposta por "El Rey León", como Llorente é conhecido. O Clube, sabendo de suas limitações estatutárias, simplesmente abriu mão de vender e embolsar uma pequena fortuna (pelo estatuto, o Clube só aceita venda pelo valor previsto na cláusula de rescisão, cerca de 22 milhões de euros no caso), uma vez que encontrar um atleta com as qualidades de Llorente já é difícil, encontrar limitado ao universo de nascidos na região basca é praticamente impossível.
O Clube, sempre fiel às origens, segurou enquanto pode... Até o fim do contrato.
Fernando anunciou esta semana sua transferência para a Juventus, da Itália. O Athletic saiu de mãos abanando.
É o preço da tradição.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Silent Hil
Foram jogando Silent Hill.
Eu jogava com um detonado em mãos, geralmente com mais alguém comigo, com luz acesa, volume não muito alto para evitar sustos, janela fechada (uma vez um besouro entrou no quarto e eu, digamos, me assustei bastante eheh). E ainda assim eu jogava tenso.
O jogo não é violento, não tem zumbis arrancando a cabeça de ninguém. Mas o jogo em si é psicótico, tenso, pesado.
Olha o vídeo... Agora se imagine com 13 anos jogando isso.
É, eu sei. Hoje parece bobagem, mas este jogo já me deixou bastante tenso.
A história, se eu não me engano muito, era de um cara que ia passar férias com sua filha. De repente, alguma merda acontece e ela desaparece. Daí começa o jogo, da busca dele pela filha. Acontece que não é uma cidade comum, é uma cidade abandonada. Cheia de ruas "estouradas", com buracos saindo fumaça, seja lá de que, porque até onde eu me lembre, isso nunca foi explicado no jogo (sim, eu estou falando do primeiro, pra PSX!).
O terrorismo que eu ouvia sobre o jogo já era o suficiente pra ficar meio receoso, mas o clima do jogo em si é demais. Você fica tenso o tempo inteiro, cada vez que escuta o rádio tocar (o sinal de que você está prestes a ser atacado, sabe-se lá pelo que ou por onde), fora as ruas exalando fumaça e o aspecto abandonado de tudo... É uma sensação diferente.
Pouco tempo atrás eu até tentei voltar a jogar, mas o clima não era mais o mesmo e eu preferi manter minha perspectiva adolescente da parada. Desliguei na hora.
Anyway, essa introdução gigante é pra falar de uma coisa que eu descobri outro dia.
A cidade EXISTE. Sim, existe.
Chama-se Centralia, no estado norte americano da Pensilvania.
Centralia já foi uma cidade próspera, onde a principal atividade era a extração de minerais (carvão, I guess...). Não era uma cidade muito grande. Um belo dia, por volta de 1962, um incidente em uma das minas de carvão causou um enorme incêndio, que se espalhou por todo o subsolo da cidade.
E assim continua até hoje. O subsolo de Centralia arde em chamas há quase 50 anos, sem parar, com temperaturas beirando 77ºC. O governo Obamístico já cansou de gastar dinheiro tentando combater este incêndio, buscando a restauração da cidade. Até onde eu vi, US$ 40 milhões de doletas (!!!). Em vão. A única saída que restou foi a evacuação da cidade, pois segundo alguns especialistas (aliás, quem é especialista em fogo no chão é o que?) o fogo deve continuar ativo por mais uns 500 anos.
Vira e mexe uma galera vai até Centralia registrar como anda a cidade (inclusive, lá tem Google Street View ahahah), e há relatos que por volta de 2016 uma moçada vai retornar à cidade para buscar uma "capsula do tempo", enterrada em 1966.
Pelo amor de Deus, manolos, só não entrem no hospital!
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Os primórdios do futebol em Belo Horizonte e a fundação do Clube Atlético Mineiro.
Os primórdios do futebol em Belo Horizonte e a fundação do Clube Atlético Mineiro.
Nos primeiros anos do século passado, BH era uma cidade com o traçado claro: a Avenida do Contorno delimitava o espaço nobre, moderno, limpo e urbano destinado às classes altas. A área periférica abrigava as classes mais baixas e não atraía investimentos públicos.
Nessa época, o futebol chegou ao Brasil como um esporte de elite. Os clubes refletiam a hierarquia social e só aceitavam como sócios ou jogadores os membros da alta classe. Havia pouca opção de lazer para os mais pobres. O Atlético Mineiro Futebol Clube foi o primeiro time da capital mineira a aceitar em seus quadros qualquer pessoa, independente de sua classe social. Por isso, esse clube pode ser considerado um dos poucos pontos de integração social da Belo Horizonte do início do século.
Falta de lazer leva a população ao futebol
Havia poucas opções lazer em Belo Horizonte no início do século e essas opções eram dirigidas à elite. O Clube Recreativo, fundado em 1894, o Hipódromo inaugurado em 1906 e as casas de diversões eram incentivados pela Prefeitura através de isenção de impostos e doações.
Por essa época, o futebol começava a se popularizar no Brasil, introduzido por Charles Miller em São Paulo. Em 1903, chegou à cidade o estudante carioca Vitor Serpa, que aprendera a jogar futebol na Suíça. No ano seguinte, Serpa começou a divulgá-lo entre alguns amigos. Em 10 de junho de 1904, Serpa e dezenas de companheiros fundaram o Sport Club Foot-ball, primeira agremiação de futebol criada em Belo Horizonte. O Clube era formado por membros da elite da capital: estudantes, funcionários públicos e comerciantes. O campo foi construído na Rua Sapucaí e, no dia três de outubro, aconteceu a primeira partida de futebol na capital, entre dois times do próprio Clube: o de Vitor Serpa e o do presidente da associação, Oscar Americano. Venceu o time de Serpa, por 2 a 1. (Na foto: José Gonçalves, fundador e jogador do Sport Club, primeiro time de futebol de Belo Horizonte)
O futebol começava a ser praticado apenas pela elite da capital mineira, tendência que se refletia em todo o país. Em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, os primeiros clubes (Associação Atlética Mackenzie, Fluminense Futebol Clube, Grémio Foot-Ball Porto Alegrense, respectivamente) eram times de elite, que só tinham jogadores e membros da diretoria que fossem universitários, profissionais liberais ou comerciantes. Pessoas de menor condição financeira não entravam.
Ainda em 1904 eram fundados em Belo Horizonte dois clubes: O Plínio Futebol Club e o Clube Atlético Mineiro, que não deve ser confundido com o atual. Esses clubes eram formados basicamente por estudantes. Criou-se, então, uma liga de futebol entre os três clubes e começaram a disputar um campeonato. O Sport Clube se inscreveu com dois times: o Vespúcio e o Colombo. O Atlético também se inscreveu com dois times: o Atlético e o Mineiro. O Plínio entrou no campeonato com apenas um time.
O futebol começava a se destacar entre os membros da elite belorizontina: o campeonato vinha sendo noticiado com certo destaque pelo Minas Gerais, que inclusive publicou na edição de 6 de novembro de 1904 uma tabela da posição dos clubes nesse primeiro campeonato da cidade.
Infelizmente, o campeonato não foi concluído. As chuvas do mês de novembro estragaram os campos e os jogadores, em sua maioria estudantes, entraram em férias escolares e retornaram para suas cidades de origem, já que boa parte deles vinha para Belo Horizonte apenas para estudar. Vitor Serpa retornou ao Rio, aonde veio a falecer em 1905.
Decadência e ressurgimento do “foot-ball”
A primeira experiência do futebol em Belo Horizonte foi intensa, porém fugaz. Em princípios de 1905, a cidade tinha sete associações de futebol: O Sport Club, O Estrada Futebol Clube, o Atlético Mineiro Futebol Club (novo nome do Atlético Mineiro) o Brasil Futebol Clube e o Viserpa Futebol Clube (nome homenageando Vitor Serpa). Apesar de tantos clubes, os jogos foram rareando e o interesse foi diminuindo. Todos esses clubes tiveram vida curtíssima, com exceção do Sport, que sobreviveu até 1909.
Os fãs do futebol foram ficando descontentes com a situação. O máximo que se organizava agora, eram "peladas" esporádicas. Nos encontros no Parque Municipal, os estudantes se reuniam para os passeios de domingo ou para as corridas de bicicletas, também realizadas nos fins de semana. O futebol ficou, durante algum tempo, relegado a segundo plano.
Nasce o Clube Atlético Mineiro
Em março de 1908, um grupo de estudantes se reunia, como de costume, no Parque Municipal. Liderados por Margival Mendes Leal e Mário Toledo, estavam decididos a fundar um novo clube de futebol em Belo Horizonte. Em 25 de março, os rapazes mataram aula e, numa quarta-feira ensolarada, nascia o Atlético Mineiro Futebol Clube, "para sufocar todos os outros". Seguiram-se outras reuniões, realizadas sempre no Parque, nessa época freqüentado apenas pela elite da capital.
O Atlético nasceu como sendo um time de estudantes, ou seja, da elite belo-horizontina. O que diferenciava o Atlético dos outros clubes é o fato de que, desde os primeiros tempos, seus quadros estavam abertos a qualquer pessoa. Pouco a pouco, o Atlético se firmava como o time do povo. E, em suas primeiras partidas, o time já acumulava vitórias. Em 1909, derrotou o Sport Club três vezes consecutivas, o que determinou a dissolução do time fundado por Vitor Serpa.
O Atlético cresce, junto com o futebol e a cidade
Na década de 10, Belo Horizonte tinha uma população crescendo ininterruptamente. E, graças à fundação do Atlético, o futebol na cidade ganhou um novo ímpeto. Nos três jogos disputados contra o Sport, em 1909, o público presente no campo (local onde hoje fica a Secretaria de Agricultura) foi de cerca de 3 mil pessoas, quando a capital tinha cerca de 30 mil habitantes. Nessa nova "onda" futebolística, viriam a surgir outros dois importantes clubes: o Yale Atlético Clube, em 1910, e o América Futebol Clube, em 1912. O futebol se enraizava, definitivamente, na capital.
O começo, no entanto, foi difícil. A primeira diretoria do Atlético era composta pelos próprios atletas: ao mesmo tempo que cuidavam da parte administrativa, tinham que treinar e jogar no time. Para se ter uma idéia da precariedade do clube, o Atlético ganhou da Prefeitura um terreno para construir seu campo e sede na rua Guajajaras, entre São Paulo e Curitiba. O campo não tinha mais que uns 30 metros de largura por uns 75 metros de comprimento, bem abaixo das medidas oficiais. Não havia marcas laterais e a bola saía de jogo quando rolava pelo barranco abaixo. As traves eram dois paus colocados verticalmente e o travessão era uma corda esticada. Já nos primeiros dias, roubaram as traves. Posteriormente, o Atlético passou a ocupar o campo que foi do Sport Club, ao lado da estação ferroviária.
Enfrentando tantas dificuldades numa cidade tão carente de recursos (a diretoria do Atlético teve que procurar muito para comprar uma bola, e assim mesmo tiveram que se contentar com uma usada, pois nenhuma outra foi encontrada em todo o comércio), o futebol começava a tomar gosto não só da elite, mas do povo em geral. Os jogos atraíam um crescente interesse e o Atlético já contava com uma grande torcida por motivos óbvios: dos três times da capital, o Atlético era o único clube que não impunha restrições à entrada de jogadores ou sócios. O Yale, clube da colônia italiana cuja dissidência daria origem em 1921 ao Palestra Itália, não via com bons olhos a inclusão de não italianos ou descendentes em seus quadros. E o América só aceitava estudantes ou pessoas de posse, sendo um clube altamente elitista.
Time sai invicto e conquista campeonato
(Na foto: Atlético, primeiro campeão mineiro - 1915)
Em 1914, já com o nome atual de Clube Atlético Mineiro, o time se inscreveu no primeiro torneio de futebol oficial realizado em Belo Horizonte. Invicto, conquistou o título. No ano seguinte, seria disputado o primeiro campeonato estadual de futebol em Minas e o Atlético novamente venceu. Nesses primeiros anos, o Atlético começaria a se impor como o clube mais popular da capital mineira. E é interessante constatar que, apesar de o América ter sido campeão mineiro por dez vezes consecutivas (de 1916 a 1925), o Atlético era o time que mais crescia em Belo Horizonte, sendo inclusive convidado para jogar em outras cidades, o que era bastante raro na época.
A discriminação existente nos outros clubes iria perdurar nos anos vinte e trinta. Só em 1927 o Palestra Itália permitiria o ingresso de não italianos em seus quadros como sócios ou como jogadores, mas ainda assim os não "oriundi" eram quase sempre barrados no time de futebol, dando-se preferência aos "italliani". Nos anos 30, o América ainda restringia o acesso de jogadores pobres durante os testes aos quais eram submetidos os atletas. Cidinho, o "Bola Nossa", que foi juiz de futebol nos anos quarenta, conta que, no início dos anos trinta, foi fazer um teste para conseguir entrar nos times juvenis do América e do Palestra, sendo recusado por ambos. Era pobre e não era italiano... No Atlético, foi incluído no time e foi campeão mineiro juvenil no ano de 1934.
No período de 1926 a 1939, o Atlético consolidou sua posição de maior clube de Minas Gerais e o mais popular, ganhando inúmeros títulos, inclusive o de Campeão dos Campeões do Brasil, em 1936 - e revelando craques diversos.
O Atlético ofereceu à população mais pobre de Belo Horizonte uma oportunidade de inserção no lazer da capital. Já em 1927, o jornal Vida Sportiva tecia esse comentário nada lisonjeiro sobre a popularização do futebol:
"O futebol revestiu-se, nos seus começos, de um cachet de fina elegância e alta distinção. Distinção do 'referee' (árbitro) e distinção de linguagem do cronista. Tratava-se, não há dúvida, de uma diversão de elites. Depois, dizem que o futebol evoluiu... Generalizou-se, democratizou-se, banalizou-se. E perdeu, no mesmo passo, o primitivo cunho de elegância. Enfim, evoluiu e continua a evoluir... Para o "Bambam-bam". (Jornal Vida Sportiva, de 19/11/1927)
Era um caminho sem volta. Isso porque o futebol passou a fazer parte do gosto popular e o povo já se identificava com ele. As massas suburbanas segregadas pelo Poder Público se identificaram com a agremiação que as escolhia sem fazer distinções: o Clube Atlético Mineiro.
Na foto: Atlético - final da década de 20.