terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Hello, Wisconsin!

O melhor seriado de todos os tempos, de longe.

Desde a abertura (nunca vai existir uma tão boa), até as histórias... Os efeitos entre as cenas eram muito fodas.

Pra quem não sabe, estou falando de That 70's Show, o melhor seriado já criado. Já até retratei algumas cenas uns anos atrás por aqui, talvez até volte a fazer esses vídeos.

Foi um seriado que passou incontáveis anos na Sony, mas as produções originais começaram em 1998, bem antes do main stream onde assistir série virou quase hipster. Aliás, tudo hoje é hipster. Contraditório... Voltando, a série acabou em 2006 e totalizou exatos 200 episódios.

A séria continha um elenco deveras talentoso, em que pese repleto de desconhecidos. Foi, aliás, onde o Ashton Kutcher apareceu fazendo genialmente o que ele faz de melhor: papel de idiota. Ele ficou tão estigmatizado pra mim que quando vejo filme em que ele faz um papel sério (tipo "Efeito Borboleta") eu fico pensando "que porra você se tornou, Kelso". Outra que apareceu na série foi a Mila Kunis, que interpretava a Jackie, uma patricinha riquinha e até pouco tempo atrás namorava na real o Macaulay Culkin (puta nome escroto, pqp).

A trama da série girava em torno do dia a dia de um grupo de amigos, formados além dos dois acima, por Topher Grace que chegou a fazer outros filmes de sucesso ("Homem Aranha III" e "Predadores") que interpretava Eric Forman e era em sua casa (e seu porão) onde o centro da série rodava. Tinha ainda a Donna (não sei o nome da atriz), namorada do Eric, o Hyde (idem) que acabou com o desenrolar virando inquilino da casa dos Forman e Fez (preguiça de procurar o nome, malz), um imigrante sabe-se-lá de onde.

Além disso, os pais do Eric merecem um destaque a parte. Kitty e Red Forman eram fodas, sobretudo o Red.

Ao mesmo tempo que é uma série de comédia, tem momentos angustiantes... Eu me vejo nas situações que os caras todos vivem. Além disso, eles vêem tudo sob a ótica dos anos 70, rodeados de feminismo, conflitos geracionais, drogas, a crise econômica da década de 70 e assim vai. Além da inserção de alguns elementos como a febre pelo Atari, o advento do controle remoto, Star Wars...

Mas o auge mesmo é no sotão do Eric. Quando eles sentam em torno da mesa, fumam um cigarrinho do capeta e conversam sobre trivialidades.

Quem não conhece a série, vale muito a pena... Atualmente a série está passando no Sony Spin, todos os dias às 20:30.

Assim que eu tiver com saco faço uns highlights da série pra quem quiser conhecer.

We're all allright!

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Now playing: That 70s song w/ lyrics - YouTube
via FoxyTunes

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Like a rolling stone.

Larguei mão, numa boa.

Hoje aquilo que tinha uma história pra mim acabou.

Aliás, acabar não acabou. Porque o sentimento nunca vai acabar. Não vai ser o descomprometimento de alguns, a falta de hombridade de outros e interesses escusos que vão me fazer desistir.

Em 2005, ano da tragédia, eu era um dos que estavam aplaudindo a honra daqueles meninos em vestir a camisa do Clube Atlético Mineiro. Bruno, Thiago Junio, Lima, Rodrigo Dias, Renato, Rafael Miranda, Alício, Pablito, Quirino, Tchô e Rodrigo Silva. Muitos deles jamais jogaram outra vez pelo time titular do Galo... Desses, só Tchô, Lima e Rafael Miranda tiveram chances no time, além do Bruno e Renato que foram vendidos e do Cáceres, que já tinha a vida ganha e depois foi pro River Plate. Ainda assim, eu lembro do nome de todos. Ainda tinham outros, sobretudo que jogaram esse fatídico jogo, mas não convém ressaltar.

Lembro que em 2005, quase que exatamente 6 anos atrás, o time era rebaixado. E a molecada saia de campo aplaudida. Não por ter evitado a queda, que era praticamente certa. Por ter honrado a camisa, por ter corrido naquele jogo como se não houvesse amanhã. E digo, pra alguns deles nunca houve um amanhã. Foi aquele jogo e pronto.

Enquanto alguns estavam longe, provavelmente curtindo férias, eles estavam lá.

Até pênalti do Romário os meninos pegaram.

Não tem dinheiro no mundo que compra honra e respeito. Em 2005, conseguiram isso.

Ontem tudo desmoronou.

E estou aqui escrevendo pra quem quiser ler, vou tirar férias disso tudo. Volto quando quiser.

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Now playing: Bob Dylan - Like a Rolling Stone (Studio) w/ lyrics - YouTube
via FoxyTunes

sábado, 26 de novembro de 2011

The Superior 30 day song challenge...

... in one day.

Recebi isso mas não tenho saco de fazer diariamente. Então vai pelo blog mesmo.

Vou tentar não repetir nenhuma banda.

Day 1 - A song you wouldn't mind hearing played over and over while being stuck in an elevator for 12 hours
Metal contra as nuvens - Legião Urbana.
Primeiro que a música tem uns 12 minutos de duração, varia completamente entre esse tempo e quase não se repete. Fora que a letra é sensacional.

Day 2 - A song that makes you want to punch someone in the face
E tudo vai ficar pior - Matanza.
Qualquer uma do Matanza entraria aqui.

Day 3 - A song by someone you would make sweet passionate love to.. or give them a hug
Lovefool - The Cardigans.
A música é boa, vai...

Day 4 - A song that would make a senior citizen cry
Hurt - Johnny Cash.
Mexe com qualquer um.

Day 5 - A song that makes you drive faster than you should
White limo - Foo Fighters.
Goooooooooooooo limo!

Day 6 - A song that would make any party better
Seven nation army - White Stripes.
Tocou tanto uma época que hoje todo mundo estaria com saudades. Ou não.

Day 7 - A song that you could kill zombies to
Six shooter - Queens of the Stone Age.
Shoot, shoot, shoot, shoot, shoot... Pow!

Day 8 - A song you want played the day you become leader of the world
Invincible - No Use For a Name.
Invencível.

Day 9 - A song you would like played at your funeral
Redemption song - Bob Marley
This song of freedom...

Day 10 - A song that you wish you never heard
Pescador de ilusões - O Rappa.
Valeu a pena o caralho.

Day 11 - A song that would inspire you to survive after a plane crash on a deserted island
Rise - Eddie Vedder.
Into the Wild.

Day 12 - A song that would have to be in the movie based on your life
Pulmonary archery - Alexisonfire.
Nunca é tarde para se adiantar. Seria um bom nome de filme.

Day 13 - A song you'll never forget
Bad to the bone - George Thorogood.
O Pestinha.

Day 14 - A song that scares you
Duality - Slipknot.
Enfiar os dedos nos olhos não deve ser agradável.

Day 15 - A song that reminds you of food
Comida - Titãs.
Fala que você pensou em outra?

Day 16 - A song that makes you think about the ocean
Santeria - Sublime.
Só de ouvir já começo a xingar a maresia.

Day 17 - A song you would want to play while watching the sun explode
Superstar - Saliva.
Parece que combinaria.

Day 18 - A song that you think the most people on your friends list would like
Wish you were here - Pink Floyd.
Fácil.

Day 19 - A song about animals
Dog days are over - Florence + the Machine.
Pior que nem é pelo título da música em si...

Day 20 - A song that is a complete mystery to you
Meu amigo Pedro - Raul Seixas.
Quem dera conseguisse fazer uma introspecção como Raul faz nessa música.

Day 21 - A song that would be great to hear in the bathroom
Mas de un millon - Attaque 77.
Cantar em espanhol no banheiro: não existe nada igual.

Day 22 - A song that makes you not want to grow up
O vira - Secos & Molhados.
Inocência pura.

Day 23 - A song that makes you feel like a super hero
Faith - Limp Bizkit.
Porque a gente precisa de fé. Não necessariamente em uma figura superior.

Day 24 - A song that you never get to hear
Medo de avião - Belchior.
Eu até gosto de Belchior.


Day 25 - A song that is too repetitive
Oração - Banda Mais Bonita da Cidade.
Tá loco, botaram um loop ad eternum nessa merda. Duas frases, 6 minutos de música. Ninjas.

Day 26 - A song that makes you swear
I still haven't found what I'm looking for - U2
A gente sempre promete procurar...

Day 27 - A song that reminds you of a video game
No cigar - Millencolin.

Day 28 - A song that you would probably hear while getting robbed
Basket case - Green Day.
É, já aconteceu.

Day 29 - A song that makes you think about foreigners
Drunken lullabies - Floggin' Molly.
Malditos imigrantes, mal consigo ver seus movimentos.

Day 30 - A song that [insert your own thing here]

Three's a crowd - Belvedere.
Realmente. Três é uma multidão.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Os artistas nacionais em festivais internacionais.

Dias atrás acabou a segunda edição do SWU. O primeiro festival começou com estardalhaço gigante, com bandas muito boas. Esse ano, a segunda edição veio cerca de dois meses depois do Rock in Rio, que é o maior festival do mundo.

Diversas bandas gigantes estiveram em terras brasileiras por conta dos shows, poderia citar pelo menos umas 20 que se fizessem shows sozinhos lotariam e os ingressos se esgotariam rapidamente.

Essas bandas internacionais são o carro-chefe dos festivais internacionais. Isso é inegável. A maioria das pessoas vão a esses festivais pra ver o show do Rage Against the Machine, vez que é extremamente raro deles darem as caras por aqui. O show do Skank, O Rappa e afins é bem mais comum.

Mas as bandas brasileiras são desprezadas nesse tipo de festival. Aliás, desprezadas não. São enxertadas, pois os organizadores recebem incentivos para tal.

No Rock in Rio de 2001, por exemplo, a banda O Rappa, na época no auge (ou bem próxima dele) abriu mão de participar do festival porque tocaria antes de bandas gringas, a maioria delas de "pequeno porte". Claro que pro público e pros organizadores uma banda menor como o Deftones, por exemplo, é bem mais atrativa que O Rappa. Sem depreciar as duas bandas, é a pura oferta e demanda. O Rappa faz shows todo mês no Rio, eles são de lá. O Deftones se vier aqui uma vez a cada 5 anos é muito.

A organização do festival faz o que então? Coloca O Rappa pra tocar mais cedo e segura as principais atrações, ou seja, os gringos, pro final.

O Rappa não quis aceitar isso e saiu do festival. Na época rolou uma confusão por conta de gravadora e etc., mas no final das contas outras grandes bandas brasileiras aderiram ao movimento e sairam do festival. Quem perdeu, assim, foi o público.

Duas das bandas do rock nacional que mais faziam sucesso à época também saíram do setlist, em solidariedade ao Rappa: Raimundos e Charlie Brown. Isso sem falar de Skank, Jota Quest e Cidade Negra.

Mudou alguma coisa pros organizadores? Não. O festival correu normalmente, com shows de Queens of the Stone Age, Red Hot Chili Peppers, Iron Maiden e Silverchair, entre outros. Mas o público brasileiro que queria ver as maiores bandas nacionais saiu no prejuízo. Teve de assistir aos shows de Carlinhos Brown, Sandy e Júnior, Kid Abelha e afins. Nada contra os artistas, mas não são nomes pra um festival chamado Rock in Rio.

No último SWU, por exemplo, aconteceu outra confusão envolvendo bandas nacionais e internacionais. Devido à chuva, o show do Ultraje a Rigor acabou atrasando. O palco seria utilizado posteriormente por Peter Gabriel e sua orquestra (!) que precisariam de um tempo hábil para organizar tudo. Perfeitamente compreensível. O que fizeram? Exigiram junto à organização do festival que o show do Ultraje fosse reduzido em meia hora (o show que seria de uma hora).

Durante a apresentação do Ultraje, houve briga entre os roadies das bandas e, em um determinado momento, os amplificadores do Ultraje foram até desligados.

Como anda o respeito pelas bandas nacionais nesses festivais? Elas estão presentes lá só por conta da "cota" para incentivos fiscais? Será que é justo exigir que as bandas nacionais toquem em horários piores, durante o dia, para manter a aparência e fazer as bandas internacionais tocarem no horário nobre?

O Lobão, cantor que fez certo sucesso nos anos 80 e hoje aparece mais por conta do falatório, postou um vlog sobre isso.



Se ele está certo? Não sei.

Mas eu jamais viajaria 600km até São Paulo pra ver o Lobão tocar no Lollapalooza. Mas iria rindo pra assistir ao Foo Fighters.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Fora das quatro linhas.

Estive pensando esses dias e não cheguei a uma conclusão lógica. Digo lógica no sentido de fazer sentido, claro, porque de cara eu já falo que vale (muito) a pena.

Levar futebol a sério vale a pena?

Pensei nisso depois que pipocaram na imprensa as notícias do torcedor do Cruzeiro que morreu assassinado por membros de uma "Organizada" do Galo. Que isso aconteceu, já tem mais de ano. Na época aquilo me assustou, porque ainda que o cara tenha de fato procurado briga, o único motivo da morte era vestir uma camisa azul.

O que aconteceu foi que membros da Galoucura estavam em um evento de MMA aqui em BH acompanhando a luta de um "afiliado" (sei lá se o termo é esse). O cara treina na academia e é "patrocinado" pela torcida. Na saída, se depararam com um pequeno grupo de cruzeirenses uniformizados. Sabe-se lá o que estavam fazendo naquele lugar, naquela hora. Na época pipocaram notícias de que eles estavam viajando pra acompanhar um jogo no Rio e decidiram ir lá torcer contra o atleta da Galoucura. Não sei se foi exatamente isso que aconteceu, mas sem dúvida dá pra dizer que o camarada que morreu não estava passeando com a namorada no shopping lá perto, ele estava lá pra, no mínimo, provocar os rivais.

Na saída, ocorreu o choque entre as torcidas e os cruzeirenses, em número bem menor, foram postos pra correr. Sobrou pra um que veio a falecer dias depois. Tudo filmado pela câmera de segurança de um shopping. As imagens são feias, mas não convém comentar, mesmo porque isso é um exemplo dentre inúmeras confusões que acontecem.

Voltando ao mote do texto, vale a pena levar futebol a sério?

Inevitável dizer que damos uma importância monstra pra uma coisa que deveria ser apenas lazer. Tem um jornalista que disse certa vez que "o futebol é a coisa mais importante, dentre as menos importantes".

Vivenciar o futebol é uma delícia. Desde a graça por zoar um amigo na segunda-feira pela derrota do time dele ou a pelada com os amigos... Esquecer de todos os outros problemas dentro das quatro linhas. Ir ao estádio, tomar uma cerveja, torcer. Não tem coisa melhor. Até a outra via, o sofrimento pela derrota. Esperar que a segunda-feira, a mesma ali de cima, nunca chegue pra não ter que aguentar aquele seu amigo que só aparece vez ou outra falando besteiras na sua cabeça.

Não tinha felicidade maior na vida do que gastar as manhãs jogando bola quando eu era criança. Jogava no quintal, na rua, na sala... Onde fosse possível armar as traves. Até sozinho eu jogava bola.

Aqui no Brasil é difícil achar alguém que não vivencia o futebol desde novo. Assim, é difícil achar quem não ligue pra futebol.

Mas daí você para pra pensar... O camisa 10 do seu time que perdeu aquele penalti no sábado vai estar no domingo numa festa, nem lembrando do que aconteceu. Vai continuar ganhando seus milhões por ano. Vai continuar beijando o escudo, desprezando a história por trás daquele distintivo.

Aliás, você se imagina com 19 anos ganhando quase três milhões de reais ao mês? Pois é, é isso que o Neymar vai ganhar por mês até 2014 (isso se não tiver nova renovação, porque essa da última semana é a terceira que eu lembro nos últimos meses).

Com todo respeito ao moleque que joga muita bola... E a outros "craques" da bola. Isso é dinheiro demais! Um cara que estuda a vida inteira, se especializa, faz n cursos, sai da faculdade ganhando menos que 3 mil reais ao mês. E um pai de família que sustenta a esposa e os três filhos com um salário mínimo? Nem se fala.

Será que é a gente, do povo, que tem de levar o futebol a sério?

Na real, é o que acontece. É o pai de família que ganha 545,00 reais ao mês que leva no final de semana seu filho ao campo. Faz um sacrifício em casa pra poder dar a camisa do time de presente no Natal pro filho.

Será que o cara que ganha milhares de reais por mês pra jogar bola não devia levar as coisas mais a sério?

Será que na segunda-feira, quando você tiver de enfrentar colegas de trabalho, de faculdade, etc., por conta de uma derrota do seu time, vai lembrar dos caras que causaram essa tristeza?

Já tentei mudar, mas confesso que sou assim. Fim de semana que o Galo perde, minha semana acaba. Quem sofre comigo é a namorada, minha mãe, quem me quer bem. Sofrem com meu mau humor.

Será que elas tem culpa pelo fulano ter perdido o penalti?

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Tem algo muito errado com essa juventude.

É, acho que eu sou um velho de 70 anos num corpo de um jovem de 22 anos. Devo estar muito deslocado da minha geração, porque hoje vejo as coisas e acho, no mínimo, ridículas.

Na última semana aconteceu uma confusão na USP que, em princípio, era aqueles confrontos da juventude revolucionária versus os brucutus da polícia. Confronto entre os jovens que vão (infelizmente) mudar o país contra a repressão representada pelo poder de polícia governamental.

Aconteceu o seguinte: pelo que falam, o campus da USP é monstruoso, chegando ao ponto de ser maior que muitos bairros da cidade de São Paulo. Cidade essa que, cá entre nós, é fora de qualquer parâmetro brasileiro (quem já foi sabe).

Ou seja, uma área gigante numa cidade gigante, cuja única proteção é proporcionada pela própria universidade. Prato cheio pra marginais promoverem a zorra. Roubos, depredação, tráfico de drogas, e, pasmem, assassinatos e estupros.

Qual a saída lógica? "Vamos pedir ajuda ao governo e fazer uma parceria com a Secrataria de Segurança Pública e encher de polícia aqui dentro pra nos proteger", deve ter pensado o reitor e seus pensadores.

Daí que com a entrada da polícia no campus da USP a criminalidade caiu absurdamente. Pronto, problema resolvido.

Até o dia em que os policiais estavam fazendo a ronda por lá, coisa óbvia a fim de se reprimir a criminalidade quando flagraram um grupo de "universitários" fumando maconha. Óbvio ululante que estavam trabalhando (a polícia, claro) e se viram obrigados a interpelar os jovens e cumprir seu ofício.

Pela Lei Antidrogas, que passou a vigorar em 2006, ainda que não seja tratado como criminoso, o mero porte de substâncias ilícitas (em cujo rol a maconha está inclusa, pasmem), ainda que para consumo próprio, é tido como delito. Ou seja, é obrigação da polícia interpelar quem for flagrado nesta conduta, que pelo artigo 28 inclui adquirir, guardar, depositar, transportar ou portar as drogas ilícias.

Foi o que fizeram. Abordaram o grupo, cumprindo a lei, para lavrar o Boletim de Ocorrência ou qualquer outro documento pertinente.

Eis que os jovens se revoltaram com a conduta "abusiva" da polícia. Ao que parece, para eles, o mero fato de estarem em uma universidade permite que vivam acima da lei, acima das pessoas comuns. Queriam estar protegidos nos muros da universidade pra fumar em paz. Ou seja, caras que se travestem de revolucionários (Che Guevara life style), defensores da igualdade social, de setores oprimidos da sociedade. Mas na hora H, querem regalias, tratamento diferenciado pra infringir a lei em paz.

Se a polícia estivesse agindo arbitrariamente, ou violentamente, estariam cobertos de razão. Agora, protestar contra a polícia por estar cumprindo seu dever... É um pouco demais.

Na hora que o problema da criminalidade apareceu, pediram o reforço policial. Na hora que cumpriram seu trabalho, pediram sua retirada. No último final de semana, invadiram a sede da reitoria e tocaram o terror lá. Protestos em cima de protestos, pedindo a retirada da força policial do campus.

"Hay que endurecer, pero sin perder la hipocrisia jamás".

Mudando um pouco de assunto, qual não foi minha surpresa hoje quando vi isso na internet. "Repórter da Globo é derrubada ao vivo durante cobertura".

A repórter estava na porta de um hospital, num link ao vivo do Jornal Hoje, querendo passar informações sobre o estado de saúde do ex-presidente Lula.

Fui atrás do vídeo e é absurdo. Uma falta de respeito com a profissional sem tamanho. Veja o vídeo e tente entender o que eles queriam:



Lamentável. Tentei na hora entender o que aconteceu e não cheguei a uma resposta satisfatória. Revendo o vídeo entendi o que o imbecil número Um fala a respeito de um tal "MerdTV". Depois de uma breve pesquisa no google, deparei com uma página ridícula, extremamente mal escrita acusando a Rede Globo de ser o "Illuminati do Brasil".

Querem fazer uma revolução contra a Vênus Platinada. Baita revolução, agredir uma repórter e atrapalhar o trabalho dos outros. Grandes propostas.

Taí a juventude que vai mudar o futuro do Brasil.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Contra-senso.

"Andando sozinho, a contrario sensu".

Em latim, temos uma expressão para reproduzir um argumento de forma idêntica, porém extraindo uma conclusão lógica contrária a outra anterior. É um recurso interessante, mas deve ter fundamento para que não seja só mais uma falácia, um argumento sem sentido. A grosso modo, se duas sentenças contrárias não podem ser simultaneamente verdadeiras, é mais provável que ambas sejam falsas.

Defende-se muito, e nisso eu arrisco a dizer que todos, a liberdade de opinião e de expressão. São direitos constitucionais, previstos largamente em nosso codex. Entretanto, na hora de "presentearmos" os outros com essa dádiva, somos reticentes.

Na teoria, é lindo falar que todos somos livres pra se expressar.

Na prática, agride.

E isso é extremamente interessante.

Eu poderia até escrever como o CQC caiu de qualidade. Isso é gosto pessoal, em que pese o blog ser um espaço para eu me expressar (!). Prefiro falar sobre como apesar de se pintar como o baluarte da independência midiática, esse programa traiu seu apresentador por fazer exatamente o que ele deve (e é pago para) fazer: piada com os outros.

Foi de mau gosto a piada? Talvez. Mas não é esse o trabalho dele, cara-pálida? Ou vai dizer que é de bom gosto o cara ir ao Congresso e humilhar um político porque ele não sabe sobre uma rebelião que aconteceu ontem na capital da Armênia. Ou ir numa festa de celebridades e começar a perguntar sobre a política dos EUA para sair da crise... Ou outras tantas brincadeiras do programa.

Se o público, que elegeu o CQC como humor inteligente, aceita uma piada, por que não outra?

Vão dizer que fazer piada sobre comer um bebê é de mau gosto. Ok, concordo. Igual já li e vi inúmeras outras piadas desse nível. E ninguém falou nada.

O próprio Marco Luque, colega de bancada do Rafinha Bastos, vive falando que fulana é piranha, que cobra dinheiro pra sair com famosos e fica por isso mesmo. O Tas, que é um cara deveras inteligente, fala coisas desse nível e ninguém abana o rabo. Ninguém fala nada. Errado? Não, de maneira alguma, vez que são comediantes, ou seja, vivem de fazer deboche com os outros.

Os caras estão fazendo o trabalho deles. Brincadeiras, piadas, com a cara dos outros. Você ficar chateado, momentaneamente, com uma piada é normal (apesar de que, hoje isso é bullying em nosso mundo politicamente correto). Uma atitude possível seria ignorar a piada, achar o comediante autor da mesma um c*zão e pronto. No máximo deixaria de ver o programa, ir ao show dele, comprar seus produtos e pronto. Acabou o problema.

Pesa hoje o politicamente correto e a ignorância das pessoas. Ou alguém acha que, ainda se tivesse oportunidade, o Rafinha Bastos comeria a Wanessa Camargo e/ou o bebê dela?

Eu não acho. Eu sei a diferença entre uma piada, ainda que mal posta, e uma opinião.

Só pra finalizar, finalmente sabemos que o "Custe o Que Custar" tem um preço. Os anuncios. Isso porque o marido da ofendida é um dos cabeças da empresa de propagandas do Ronaldo (outro que repudiou publicamente o programa).

Vocês criaram um monstro. O cara tá livin' la vida loca agora. Aparentemente teve um surto de Charlie Sheen e, semana passada, durante a apresentação do programa, postou fotos no twitter se mostrando deveras chateado com o afastamento do programa, acompanhado de duas "modelos" de lingerie e fumando um bom e velho charuto cubano.

"Como é árdua a estrada daqueles que trazem novas idéias... Elas podem significar a diferença entre o sucesso e o fracasso".
(A-OK - Aversão à novas idéias)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Falso moralismo e a direita brasileira.

Tem repercutido bastante a entrevista do dep. Bolsonaro no CQC.

Nada contra, nem a favor o que ele disse. Sou indiferente, pra falar a verdade.

Mas fico indignado com o falso moralismo da sociedade brasileira. Falo isso porque sou contra essa mesmice de achar que ser de direita é ser errado.

Quando vem aquela pergunta a respeito dos cotistas, por exemplo. Eu não acho errado o que ele disse. Quero que o profissional que vá prestar um serviço para mim ou a minha família seja competente. Exatamente do mesmo jeito que eu tenho de me comportar no meu trabalho (se eu for incompetente, outro assume minha vaga). Independente de raça, credo, time de futebol... Esse discurso hipócrita de que ele foi racista ao falar isso, é necessidade de aparecer. De se criar um ambiente negativista. Minha opinião.

A convivência com quem pensa diferente tem de ser respeitada. Dever cívico, previsto na Constituição.

Enquanto esse país hipócrita tolerar e achar bonito o rótulo de maldade imposto em quem pensa diferente, viveremos assim.

Acho engraçado esse estígma de que a direita é errada.

O deputado Jair Bolsonaro é caricato. Como tudo que é caricato, o é em excesso. Quando ele defende o regime militar, talvez só ele mesmo concorde com aquelas coisas.

Mas ele está errado em defender o que acredita? Os tais "valores da família"? Não. Se ele foi eleito, sinal que representa alguns milhares de pessoas. Afinal, qual a diferença entre ele e um militante gay? Cada um defende o que acha correto, com os meios com os quais são municiados.

Apesar disso, a direita brasileira tem vergonha de suas inspirações e opiniões. Estamos num mundo fechado onde os ideais conservadores são errados.

Me acordem quando essa onda passar.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

As profecias

Tem dias que a gente se sente
Um pouco, talvez, menos gente
Um dia daqueles sem graça
De chuva cair na vidraça
Um dia qualquer sem pensar
Sentindo o futuro no ar
O ar, carregado sutil
Um dia de maio ou abril
Sem qualquer amigo do lado
Sozinho em silêncio calado
Com uma pergunta na alma
Por que nessa tarde tão calma
O tempo parece parado?

Está em qualquer profecia
Dos sábios que viram o futuro,
Dos loucos que escrevem no muro.
Das teias do sonho remoto
Estouro, explosão, maremoto.
A chama da guerra acesa,
A fome sentada na mesa.
O copo com álcool no bar,
O anjo surgindo no mar.
Os selos de fogo, o eclipse,
Os símbolos do apocalipse.
Os séculos de Nostradamus,
A fuga geral dos ciganos.
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia.

Um gosto azedo na boca,
A moça que sonha, a louca.
O homem que quer mas se esquece,
O mundo dá ou do desce.
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia.
Sem fogo, sem sangue, sem ás
O mundo dos nossos ancestrais.
Acaba sem guerra mortais
Sem glorias de Mártir ferido
Sem um estrondo, mas com um gemido.

Os selos de fogo, o eclipse
Os símbolo do apocalipse
A fuga geral do ciganos
Os séculos de Nostradamus.

Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia (3x)
Um dia...

Sim, sim, sim...

(Raul Seixas e Paulo Coelho)

sexta-feira, 25 de março de 2011

More a question than a curse...

Uma das coisas que eu mais gosto é falar sobre música. Acho engraçado isso, uma vez que meu gosto musical é meio diferente da maioria.

Não que meu gosto seja muito refinado, o que eu de bate pronto já discordo.

Acho que 70% da minha geração teve acesso ao "Tony Hawk's Pro Skater", aquele bom e velho jogo de video game de skate. Além de boas horas tentando acertar manobras e caindo muito tentando executar manuais e coisas do tipo (é um enigma pra mim como essa merda dava tantos pontos), eu curtia mais o jogo por conta da sua trilha sonora. Na época eu ainda era um pré adolescente saindo das fraldas (não que hoje eu seja muito diferente, aliás), mas confesso que o jogo foi meu primeiro contato com muitas bandas.

Rage, Ramones, Goldfinger, Suicidal Tendencies, Public Enemy (de onde eu tirei o "Bring That Noise", aliás), Fu Manchu... Acho que deu pra entender.

Esse gosto musical se manteve até hoje. Diversos amigos passaram por essa fase, inclusive indo pra outras bandas, mas eu continuei. Não sei se eles não são idiotas o suficiente, mas eu me mantive fiel.

Claro que eu tive minha fase reggae, que inevitavelmente acabou evoluindo pro ska, mas isso é assunto pra um outro post.

Me deparei hoje com um artigo escrito pelo Greg Graffin, vocalista do Bad Religion, banda que aliás, estava presente em algumas das OST do THPS... O Greg é um paleontologista respeito na gringolândia, dando inclusive aulas numa faculdade lá e talz. E me deu vontade de ouvir BR.

Não lembrava o quão genial eram as letras. O som, reconheço que é repetitivo, sem muitas variações de música pra música... Mas ainda assim... É sensacional.

Se você não conhece Bad Religion, fica a minha dica. Vou ver se revivo meus tempos de "Suicídio Social" (se você não sabe o que foi, perdeu!) e recomeço com as minhas resenhas. Até pouco tempo atrás eu tinha elas em arquivo, mas acho que perdi tudo.

Bom, um tempo atrás (coisa de 5 ou 6 anos) eu escrevia, no alto do meu ócio, resenhas de álbuns de punkrock e hardcore, no tom de brincadeira, pra um fórum que participava. Era um canal interessante, porque na época eu morava em Governador Valadares e não conhecia muita gente que compartilhava o meu gosto musical. Então, por meio de sites de download, acabei conhecendo o fórum e dentro de pouco tempo eu estava postando algumas resenhas. Despretenciosas, mas divertidas de se fazer. Divertidas de fazer porque invariavelmente me forçava a pesquisar sobre a banda, sobre o álbum. E me fazia conhecer coisas novas.

Hoje minha rotina não me permite mais esse luxo, mas ainda assim, continuo descobrindo coisas novas.

Vou tentar voltar à ativa.

Juro!


"Struck a nerve", de presente.

domingo, 20 de março de 2011

Ângulo.

Como pode, uma banda com álbuns tão bons, lançar um álbum extremamente ruim?

É o que me pergunto do Strokes.

O "Is this it" é genial, o melhor pra mim. Mas ainda assim, tivemos depois o "Room on fire" ("Reptilia" é a melhor de todas), depois o "First impressions of Earth" que pra mim, é regular.

E aí, depois de quase 5 anos de espera, vem o novo álbum. Fui seco procurar as músicas pra ouvir.

E decepcionei.

Meu diagnóstico veio após duas ou três passagens rápidas pelo álbum, então ainda não é definitivo, mas eu senti falta da guitarra suja de sempre e achei em excesso os sons de vídeo game.

Tirando "Under cover of darkness", achei o resto algo próximo à minha visão "não-strokesiana".

Tem alguém que lê essa m* aqui e compartilha a mesma opinião deste que vos escreve?

Edit: chama-se "Angles" a porcaria;

Bonus track: Reptilia!
http://www.youtube.com/watch?v=dtFDi5Dk3mg
(não consigo incorporar, mas clica aí que vale a pena!).

Malhação.

O roteiro de Malhação se repetiu do final dos anos 90, até o final dos '10. Pelo menos até onde eu pude acompanhar, era aquela velha história, um cara conhece uma mulher, eles se apaixonam mas não podem ficar juntos. Não podem por que? Porque um outro cara (ou outra menina), igualmente apaixonado (a) pelo principal (porém, sem coração puro, claro) entra na história e consegue a paixão deste por algum tempo. Isto claro, até o mocinho perceber que nasceu para estar com a mocinha e fim. Ou não, porque aí eles começam a ficar juntos e a pessoa largada volta com carga total a tocar o puteiro na vida deles e assim tentar reaver seu posto.

A lenga lenga é esta, invariavelmente. Só as pontas do triângulo mudam (ou dois homens e uma mulher, ou duas mulheres e um homem). Mas não foge disso.

Nas outras novelas é basicamente a mesma coisa, mas na Malhação isso sempre me intrigou.

Na época onde eu via (sim, eu via...) era sempre a mesma coisa. Acrescente a isto um esporte descolado e um ou outro personagem aleatório no colégio e bingo. Temos um roteiro de novela.

Até falava disso com uns amigos, tempos atrás (muito tempo mesmo, aliás).

O papel negativo das novelas nas vidas das pessoas sempre me intrigou. Homens, mulheres, velhos, jovens, crianças. Todos.

A mocinha maltratada, coitada, luta pelo amor do mocinho, o bom rapaz, e passam por apuros que até Deus duvida para, no fim, estarem juntos, casarem, terem um filho e viverem felizes para sempre. O vilão, por outro lado, no final é punido e se ferra, ou percebe os erros e muda da água pro vinho. Fantástico.

O problema é que a vida não é tão simples. Aliás, é simples, mas essa idealização faz com que a gente ferre tudo.

A idealização de qualquer coisa é bobagem. É errado, porque na vida real, as coisas não são perfeitas. Pelo contrário.

Então fica a dica. O seu par perfeito não vai estar bem humorado todos os dias, não vai gostar das mesmas coisas que você, não vai deixar de ser egoísta em algumas situações, e blábláblá whiskas sache.

Esse papinho de novela de viveram felizes para sempre fica em Jacarepaguá, ok? Prova disso é a volatilidade dos relacionamentos dos seres humanos (sim!) que vivem personagens na telinha.

Invariavelmente a vida imita a arte, isso é inegável. Mas esta idealização, sobretudo nesses tempos pra lá de liberais em que vivemos, acarreta em dezenas de ilusões e milhares de corações partidos.

Pra quê? Me pergunto...

quarta-feira, 2 de março de 2011

XVI

Eu tenho um professor que falou certa vez que quem quiser advogar, deve sempre buscar casos polêmicos para fazer fama. Eu, enquanto aspirante a advogado (um dos poucos da minha sala, diga-se), geralmente não tento polemizar nestes assuntos, apesar da minha opinião geralmente ser contrária à "massa crítica".

Vou tentar ser mais claro, outra vez, como sempre tento ser aqui no blog (que não passa de uma brincadeira minha), desta vez sobre a tragédia que aconteceu no Rio Grande do Sul, envolvendo o boliche-humano dos ciclistas:


Pra quem estava na lua, um resumo. Um grupo de playboys manifestantes se reúne no centro de Porto Alegre, sempre à última sexta do mês (e eu desconheço a frequência com que isso acontece), para protestar sobre os benefícios do uso da bicicleta como meio de transporte. O interessante, pra mim, é que eles só conseguem chamar a atenção pra isso dessa maneira, ou seja, atrapalhando o trânsito dos demais motoristas.

Se os ciclistas tivessem cumprido o que diz a lei e comunicado ao dep. de trânsito, falando algo como: "olha, moço... A gente vai atrapalhar o trânsito porque queremos mostrar que bicicleta vai ajudar todo mundo a chegar no trabalho suado e mais cansado" e o DETRAN de PoA (ou o equivalente) tivesse comunidado à polícia, mais ou menos assim: "Broder, vai dar merda aquele tanto de bike na rua em pleno centro à noite. Tem como a gente fechar alguns quarteirões e fazer uma rota alternativa pros carros e evitar que atrapalhe MUITO o trânsito deles?".

Imagina só, fariam um corredor isolado pros ciclistas e um desvio pros carros. Não atrapalharia NINGUÉM e incomodaria muito menos o trânsito de veículos, o que até onde eu sei, é o objetivo principal do apetrecho nada moderno chamado via de circulação, a.k.a. rua.

Isso tudo, claro, pra agir de acordo com a lei, mais precisamente o artigo 5º, inciso XVI da Contituição:

"Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;"

Isso é pra cercear o direito? Não necessariamente. Você pode até pensar assim, e pra ser sincero, por alguns segundos quando li este inciso pela primeira vez eu até pensei assim também, que esta comunicação visava alertar ao poder público os planos de manifestantes para que assim qualquer tipo de revolta fosse impedida logo no começo. Mas não, meu caro.

O que aconteceu em Porto Alegre representa exatamente o que se evitaria caso as autoridades houvessem sido comunicadas.

Ainda assim, nada do que eu escrevi aqui justifica o comportamento "gouranga" (lmgtfy) do motorista, nem corrobora a fantasiosa versão de "legítima defesa" defendida pelo advogado.

Era só, vejam só, uma solução pacífica que poderia ser tomada antes da tragédia.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Silent Hil

Lembrei hoje dos momentos onde eu fiquei mais tenso à frente de uma tv.

Foram jogando Silent Hill.

Eu jogava com um detonado em mãos, geralmente com mais alguém comigo, com luz acesa, volume não muito alto para evitar sustos, janela fechada (uma vez um besouro entrou no quarto e eu, digamos, me assustei bastante eheh). E ainda assim eu jogava tenso.

O jogo não é violento, não tem zumbis arrancando a cabeça de ninguém. Mas o jogo em si é psicótico, tenso, pesado.

Olha o vídeo... Agora se imagine com 13 anos jogando isso.



É, eu sei. Hoje parece bobagem, mas este jogo já me deixou bastante tenso.

A história, se eu não me engano muito, era de um cara que ia passar férias com sua filha. De repente, alguma merda acontece e ela desaparece. Daí começa o jogo, da busca dele pela filha. Acontece que não é uma cidade comum, é uma cidade abandonada. Cheia de ruas "estouradas", com buracos saindo fumaça, seja lá de que, porque até onde eu me lembre, isso nunca foi explicado no jogo (sim, eu estou falando do primeiro, pra PSX!).

O terrorismo que eu ouvia sobre o jogo já era o suficiente pra ficar meio receoso, mas o clima do jogo em si é demais. Você fica tenso o tempo inteiro, cada vez que escuta o rádio tocar (o sinal de que você está prestes a ser atacado, sabe-se lá pelo que ou por onde), fora as ruas exalando fumaça e o aspecto abandonado de tudo... É uma sensação diferente.

Pouco tempo atrás eu até tentei voltar a jogar, mas o clima não era mais o mesmo e eu preferi manter minha perspectiva adolescente da parada. Desliguei na hora.

Anyway, essa introdução gigante é pra falar de uma coisa que eu descobri outro dia.

A cidade EXISTE. Sim, existe.

Chama-se Centralia, no estado norte americano da Pensilvania.

Centralia já foi uma cidade próspera, onde a principal atividade era a extração de minerais (carvão, I guess...). Não era uma cidade muito grande. Um belo dia, por volta de 1962, um incidente em uma das minas de carvão causou um enorme incêndio, que se espalhou por todo o subsolo da cidade.

E assim continua até hoje. O subsolo de Centralia arde em chamas há quase 50 anos, sem parar, com temperaturas beirando 77ºC. O governo Obamístico já cansou de gastar dinheiro tentando combater este incêndio, buscando a restauração da cidade. Até onde eu vi, US$ 40 milhões de doletas (!!!). Em vão. A única saída que restou foi a evacuação da cidade, pois segundo alguns especialistas (aliás, quem é especialista em fogo no chão é o que?) o fogo deve continuar ativo por mais uns 500 anos.

Vira e mexe uma galera vai até Centralia registrar como anda a cidade (inclusive, lá tem Google Street View ahahah), e há relatos que por volta de 2016 uma moçada vai retornar à cidade para buscar uma "capsula do tempo", enterrada em 1966.



Pelo amor de Deus, manolos, só não entrem no hospital!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Dinheiro compra tudo?

É a pergunta que passa agora na cabeça dos membros do Clube dos 13.

Será que vale tanto a pena assim fazer o leilão entre Globo e Record, pelos direitos de transmissão do Brasileiro 2011?

Tem tudo pra ser o campeonato com maior audiência desde sempre. A volta de grandes atletas, como Ronaldinho e Rivaldo, e por que não, Mancini e Elano. Times bem montados, finalmente com a ficha da fórmula mágica do elenco caindo, rivalidades afloradas desde a época dos estaduais... Audiência não vai faltar.

Desde que eu me entendo por gente os direitos de transmissão do Brasileiro estão sob as mãos da Rede Globo, a Vênus Platinada, como diriam alguns.

Por favorecimento? Talvez.

Mas eu parto do princípio que a estrutura adquirida ao longo dos anos, não importa por quais meios, é inigualável no Brasil, quiçá no mundo.

Um exemplo bobo, mas real são as novelas. A rede Record vive "comprando" atores e atrizes, diretores, roteiristas e produtores da Globo, mas ainda assim os folhetins não alavancam. Falta aquele "quê" de originalidade, todas as novelas parecem cópias de algum filme ou seriado. Ou, pior ainda, remetem à raíz das novelas mexicanas da Televisa, marca de outra emissora paulista, o SBT. Edir Macedo investe em estúdios, câmeras, profissionais... TUDO. Mas nem de perto as novelas da Globo parecem afetadas. Em outras áreas, idem. O "Legendários", programa de humor da Record, chegou com banca mas não conseguiu emplacar, mesmo com grandes nomes como Mion, João Gordo, Hermes e Renato, etc. Literalmente pagando de cópias de si mesmos, mesclando ainda com o tipo de jornalismo do CQC e os fatos apelativos do Pânico.

Temo que aconteça o mesmo com o futebol. O fato de uma emissora finalmente conseguir peitar a Globo em termos financeiros não significa que a qualidade de transmissão vai acompanhar.

Será que na Record teremos transmissões regionais? E eu não falo de Guarani x São Paulo, em Campinas. Falo de Grêmio x Bahia, Atlético x Coritiba, Cruzeiro x Internacional. Hoje, a Globo Minas transmite quase que sempre jogos dos times mineiros, sempre o que joga fora de casa no "horário comercial", ou seja, domingo às 16:00, ou quarta às 21:50.

Aliás, esse fator horário pode mudar também. Confesso que este é o único aspecto que pesa a favor da Record, no meu julgamento. Pra ir no campo hoje, preciso viajar uma hora e pouco até Sete Lagoas devido às obras para a Copa do Mundo. Imagina sair de BH numa quarta feira às 20 horas para ver um jogo às 21:50, retornando de lá, por uma estrada cheia e perigosa de madrugada? Isso acontece hoje. Talvez com a vitória da Record nessa "licitação", provavelmente os horários de meio de semana serão alterados... Talvez para a hora do Jornal Nacional, às 20 horas, ou para o começo da novela, às 21:00. Pro torcedor, com certeza será melhor.

Talvez esta concorrência seja boa em termos financeiros ao futebol brasileiro, mas será que os torcedores serão beneficiados?

Em tempo, pra você que reclama de Rogério Correa (me incluo nisso), imagine como será assistir jogos com narração de Eder Luiz e comentários de Muller.

Por isso sou a favor da permanência da Globo.

Se tem alguém que lê esta porcaria, por favor, queira se pronunciar nos comentários. Depois de um longo e tenebroso inverno, acho difícil que alguém ainda frequente esta espelunca.

Novos posts virão, aguardem.