sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Man in Black.

Continuando meus posts sobre música, hoje vou falar sobre Johnny Cash.

Conheci Cash em 2003. Justamente na época de sua morte. É até engraçado, senti afinidade com o som na hora. Meio inexplicável, primeiro porque ele nunca foi muito reconhecido (principalmente aqui no Brasil). Falo isso porque poucos o conhecem tendo em vista seu talento. Segundo porque country não é lá muito meu estilo. Mas essa é uma das coisas que simplesmente não se explicam.

Aliás, indicar apenas um cd do Cash é impossível pra mim. Dou graças a Deus por existir internet, que me propiciou o prazer de conhecer de maneira mais ampla sua discografia (apesar de não conhecer nem um décimo). E falo sério. Cash deve ter lançado, por baixo, uns 40 álbuns. Isso em quase 50 anos de carreira. Fez inúmeras parcerias, de Bob Dylan até Flea (Red Hot Chili Peppers), teve problemas com drogas (anfetaminas, sobretudo), converteu-se em religioso, casou-se com a mulher da sua vida... e foram enterrados lado a lado. Cash viveu uma vida completa.

Basicamente, recomendo Cash em duas oportunidades. Em estúdio, o 4º álbum do box American, entitulado The Man Comes Around. Em performance ao vivo, At Folsom Prison, de 1968.

Sobre Cash, vale dizer também que ele se vestia sempre de preto, contrariando a maioria dos artistas country da sua época que vestiam roupas claras. A justificativa, vem na letra de Man in Black, de 1971.

"I wear the black for the poor and the beaten down, / Livin' in the hopeless, hungry side of town, / I wear it for the prisoner who has long paid for his crime, / But is there because he's a victim of the times"

Outro episódio que vale destacar, aconteceu em 1996. Cash, já com a carreira em decadência, se aliou a Rick Rubin (que trabalhou, entre outros, com Red Hot Chili Peppers e AC/DC) e lançou dois álbuns. Um desses, Unchained venceu o Grammy de Melhor Álbum Country, mesmo com a falta de apoio de muitas rádios country. Cash então, comprou um anúncio na Billboard (revista americana especializada em música) e ironicamente, agradeceu ao "apoio". Claro, acompanhado de uma foto com o dedo médio esticado.


Fora isso, ainda fizeram um filme sobre a vida dele. Por sinal eu ainda não vi. Sei que lá na gringa, foi lançado com o nome de Walk the Line, com Joaquin Phoenix (Lucius Hunt, de A Villa) e Reese Witherspoon (a gostosinha do Legalmente Loira).

Taí um cara com culhões. O mundo ficou menos másculo após sua morte.

God speed you Mr. Cash.

PS.: aliás, o Matanza fez um cd só de covers do velho de preto. To Hell With Johnny Cash, lançado em 2005 pela Deck Disc. Mas não chega aos pés do original.

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Now playing: Hot Water Music - A Clear Line
via FoxyTunes

3 comentários:

André Maciel disse...

O At Folsom Prison é uma obra de arte! Muito bom esse ocorrido do anuncio na Billboard hahaha

Cash é um gênio da música, fato! Queria conhecer mais do trabalho dele e de sua carreira, mas infelizmente vivo nessa porra chamada Brasil que de fora só me manda 50 Cent e outros negões. Se quero saber sobre ele tenho que ir atrás, mas não consigo ir muito longe não. O que me é mais acessível é o próprio Matanza que é bom pra caraleo!

Adolfo Amorim disse...

Cara, Cash ao vivo é impagável. Antigamente eu falava que tinha nascido na época errada por não ter tido a oportunidade de ir num show desses mas hoje penso o contrário. Graças a Deus eu nasci hj pra poder conhecer esse tanto de coisa que existiu. No sentido de que pra ouvir Cash em 69 eu teria perdido Ramones e outras coisas mais atuais. Hoje escuto isso tudo, feliz da vida.

E o Matanza cantando Cash ficou diferentão, acho que não dá nem pra comparar.

André Maciel disse...

hahahahaha

O que eu tô precisando mesmo é um saco de areia pra bater até minha mão sangrar já que não posso bater em seres vivos :P