segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ensaio sobre mim

Acordo. Com meus pés descalços sinto o chão gelado do quarto e ando até o guarda-roupa. Ainda meio adormecido pego a primeira veste que apalpo e assim vou em direção ao banheiro.
Dispo-me das vestes que retém o meu suor de outrora, agora nú abro a válvula da ducha que com sua água fria desperta-me completamente do meu quase-torpor.

Desperto. Mente abre-se no infinito de suas sinapses. Sinto a dor de quem sofre rogando por misericórdia, o gozo do benfeitor ao curar com a luz do amparo a cegueira da ignorância, o desespero do desafortunado afogando-se em suas lágrimas. Sinto a clareza dos fatos permeando-me a alma.
Por fim durmo e volto a mim mesmo, vulnerável, de carne e osso, incerto, penso... penso que devo ir à aula...

-------------------------------------------------------------------------------------------------

isso tá mais pra um devaneio do que pra um ensaio, mas enfim...

5 comentários:

Sofia Galvão disse...

Porra, gostei demais...
Achei bem genuíno, bem teu.
Foi como se tu tivesse se despido de verdade e se apresentado nú em forma de palavras, sem rebuscamentos, sem formalismos, apenas a tua alma.

Marcio Coutinho disse...

acho que são nessas explosões mentais que a gente se encontra de fato :)

Adolfo Amorim disse...

"Você não é o seu trabalho.
Você não é o quanto tem no banco.
Nem as roupas que veste.

Escolha não ter uma TV grande
nem baixo colesterol
nem um abridor elétrico de latas
nem plano de saúde e dentário
e muito menos uma casa de dois andares numa rua arborizada e filhos que só tiram A+.

As coisas que você possui acabam te possuindo.
Você só é realmente livre após perder tudo.
Pois ai não terá o que perder, e, enfim, encontrar-se-á livre."

Um trecho de "Fight Club", de Chuck Palahniuk, que posteriormente resultou no filme que também é do caralho. Leitura recomendada.

Adolfo Amorim disse...

E digo mais, a frase mais clássica do filme:
"I'm Jack's wasted life! (Sou a vida perdida do Zé!)" ou ainda
"Nós somos a criança do meio da nossa história, sem propósitos ou lugar. Não tivemos uma grande guerra, nem uma grande depressão. Nossa grande guerra é a guerra espiritual (ou a busca por ela e os questionamentos a respeito) e nossa grande depressão é a nossa vida"
Do mesmo livro do comentário anterior.

Marcio Coutinho disse...

só assisti o filme, vou procurar baixar o livro ;)